Escolas do Maranhão trocam nomes de presidentes da ditadura por educadores. Paulo Freire e Vinícius de Moraes estão entre os nomes que substituíram os de ditadores. Funcionários, estudantes e moradores da comunidade escolheram os novos nomes através de votação democrática
Em lembrança pelos 51 anos do golpe que derrubou o presidente João Goulart, o governo do Maranhão mudou o nome de dez escolas públicas em nove cidades com nomes de militares identificados com a ditadura. São três ex-presidentes: seis levam o nome de Castello Branco, dois de Emílio Garrastazu Médici e outros dois, de Costa e Silva. A alteração remete ao Decreto 30.618, de 2 de janeiro, assinado pelo governador Flávio Dino (PCdoB) logo depois de sua posse. Segundo o chefe do Executivo maranhense, a escolha foi feita pelas próprias comunidades escolares.
O decreto do início de mandato veda atribuir nome de pessoa viva a bem público, de qualquer natureza, pertencente ou sob gestão do estado. Parágrafo único estabelece que esse veto se estende a pessoas, mesmo mortas, que tenham constado do relatório final da Comissão Nacional da Verdade “como responsáveis por crimes cometidos durante a ditadura”. “O relatório aponta graves infrações aos direitos humanos cometidos durante esse período e nomeia os responsáveis por esses crimes. O estado do Maranhão não mais homenageará os responsáveis por crimes contra a humanidade”, diz Flávio Dino.
Duas das dez escolas, nos municípios de Loreto e Timbiras, receberão o nome do educador Paulo Freire. Uma unidade de ensino em Timbiras passará a ser chamar Vinícius de Moraes, em homenagem ao poeta, diplomata e compositor. Na capital, São Luís, a escola recebe a denominação de Jackson Lago, ex-governador, morto em 2011. Em Gonçalves Dias (cidade cujo nome homenageia o poeta autor da Canção do Exílio), a escola local, construída um ano depois do golpe, em 1965, muda de Castello Branco para Sulamita Lúcio do Nascimento, pioneira da educação do município.
RBA
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