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Professor da Universidade de Columbia elogia o Bolsa Família

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“Eu, como economista, vejo as evidências empíricas e concluo que esses programas têm um alto retorno social e econômico. Mas o debate no Brasil é muito envenenado, quem não recebe Bolsa Família acha que quem recebe deveria perder esse direito, que o dinheiro é dado em troca de nada, que estamos diminuindo o esforço e trabalho no setor mais pobre”

Economista de Columbia defende Bolsa Família: “Deveria ser preservado”. Thomas Trebat é professor de uma das mais renomadas universidades norte-americanas (divulgação)

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Em entrevista à TV Folha, o economista Thomas Trebat, diretor do Columbia Global Center Latin America e professor da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, defendeu o programa Bolsa Família, do governo federal.

Trebat falou sobre a carga tributária brasileira, que, em sua avaliação, é extremamente alta. “Tem que olhar mais para a sociedade brasileira, porque a carga tributária nada mais é que a outra face da moeda [dos governantes], a demanda por serviços do Estado”, afirmou. Para ele, deveria ser promovido o debate sobre os serviços que seriam “dispensáveis” à população, para que o Estado ficasse menos sobrecarregado.

Ele criticou, entretanto, os setores sociais que querem cortar apenas os benefícios alheios, nunca os seus próprios. Neste momento, iniciou-se a discussão sobre o Bolsa Família. “Eu, como economista, vejo as evidências empíricas, vejo o gasto, vejo o resultado, e concluo que esses programas são razoáveis, têm um alto retorno social e econômico. Mas o debate no Brasil é muito envenenado, quem não recebe Bolsa Família acha que quem recebe deveria perder esse direito, que o dinheiro é dado em troca de nada, que estamos diminuindo o esforço e trabalho no setor mais pobre”, declarou.

“Mas não houve um debate rico na sociedade de entender, como eu acho que pode ser demonstrado, que o Bolsa Família é bom para todo mundo, não é apenas uma caridade, uma benevolência de um governo interessado. Esse tipo de gasto deveria ser preservado”, argumentou. “O que estou assinalando é que o fato de que a Bolsa não vai para a classe média ou classe média alta faz com que elas se oponham e queiram cortar esse gasto. Mas o que favorece a classe média – como acesso gratuito à universidade, subsídios, pensões, emprego público – não querem de jeito nenhum cortar. Esses gastos eles acham super produtivos. É até um direito do cidadão de classe média”.

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