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Cabo Daciolo é expulso do PSOL por 54 votos a 1

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Após polêmicas, PSOL expulsa Cabo Daciolo do partido. O deputado já chegou a ‘tietar’ Jair Bolsonaro, defender os policiais envolvidos no caso Amarildo e apresentar uma PEC que estabeleceria na Constituição Brasileira que “todo o poder emana de Deus”. O parlamentar divulgou um texto em que comenta sua expulsão

O deputado federal Cabo Daciolo foi oficialmente expulso do PSOL (reprodução)

O Diretório Nacional do PSOL decidiu expulsar do partido o deputado federal Cabo Daciolo (RJ), por “incompatibilidade com o programa do partido”. Evangélico fervoroso, Daciolo irritou a direção do partido ao apresentar uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) cujo objetivo era substituir a locução “Todo poder emana do Povo (…)” por “Todo poder emana de Deus”, no preâmbulo do texto constitucional. Ao todo, 54 integrantes do Diretório votaram pela expulsão. Uma integrante votou pela permanência e outros dois se abstiveram. O partido decidiu também que não reivindicará o mandato de Daciolo.

Cabo Daciolo já havia criado constrangimento ao partido antes mesmo de assumir o mandato. Na época da diplomação dos deputados eleitos, ainda no ano passado, ele ‘tietou’ o deputado Jair Bolsonaro e seu filho depois da cerimônia e posou para uma foto com os dois. Depois, divulgou um vídeo na sua página em que dava a entender que Brasil vive “falsa democracia” e pedia a nomeação de um general para o Ministério da Defesa.

Militar do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro, Daciolo tornou-se conhecido depois de liderar uma greve dos bombeiros no estado. Na ocasião, ele comandou a invasão do Quartel General da corporação e o acampamento nas escadarias da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). O partido, no entanto, parece não ter percebido que o militar não era tão progressista como dizia.

A ex-deputada estadual do Rio Janira Rocha, aliada de Daciolo, foi a única a integrante do Diretório a votar contra a expulsão. Segundo ela, Daciolo recorrerá da decisão ao Congresso do partido, que ocorre no fim do ano. A bancada do partido na Câmara passa a ter quatro integrantes a partir de agora.

Após a expulsão, Daciolo divulgou um texto em sua rede social, no qual acusa o PSOL de desrespeitar sua liberdade e religiosa e persegui-lo. “Fui discriminado. Mesmo assim, eu os perdoo. Não levo mágoas comigo”. Leia abaixo:

“TODO O PODER EMANA DE DEUS!

Não recebi com alegria a notícia de minha expulsão pelo Diretório Nacional do PSOL. Fui eleito com 49.831 votos, numa campanha desacreditada pela maioria dos militantes psolistas. Não tive tempo de TV e os recursos financeiros foram escassos. Mesmo assim, diante da especulação negativa de que seria derrotado nas ruas, Deus, o Todo-poderoso, honrou a nossa fé e o empenho voluntário, aguerrido, das pessoas que acreditaram genuinamente em nossa proposta.

O meu desejo é permanecer no PSOL. Sempre foi. Quando fui suspenso, apresentei minha defesa, sem abrir mão dos pontos que defendo, mas expressando a minha sincera vontade de continuar filiado. Hoje não é um dia para se comemorar. Todavia, a minha confiança está no Senhor e nos seus desígnios. A vontade de Deus é boa, agradável e perfeita (Rm 12.2). A Bíblia, o meu único manual de fé e prática, diz que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus. Nunca me envergonharei em declarar que Deus vem em primeiro lugar na minha vida. Todo o poder emana de Deus.

O PSOL me perseguiu, desrespeitou a minha liberdade religiosa e não permitiu que eu pudesse discutir as minhas propostas junto ao partido. Fui discriminado. Mesmo assim, eu os perdoo. Não levo mágoas comigo. Jesus me ensinou a perdoar. Para encerrar, quero reiterar que em qualquer partido político irei honrar a minha fé e defender os militares. Militar também é cidadão.

Sigo em frente, de cabeça erguida, sabendo que Deus está no controle. O trabalho não vai parar. Vamos honrar cada voto. Juntos somos mais fortes.

Abraços fraternos,

Cabo Daciolo

Deputado Federal”

informações de Agência Brasil, Correio Braziliense e CartaCapital

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