Marieta Severo avalia que o Brasil vive momento de retrocesso “muito assustador”, marcado por uma onda de conservadorismo nos costumes e na política. A atriz critica a proposta de redução da maioridade penal, em discussão no Congresso Nacional, e a influência das igrejas na pauta do Legislativo
Prestes a voltar ao cinema e às novelas, a atriz Marieta Severo, que completa 50 anos de carreira, avalia que o Brasil vive um momento de retrocesso “muito assustador”, marcado por uma onda de conservadorismo nos costumes e na política. Em entrevista ao jornal O Globo, a atriz critica a proposta de redução da maioridade penal, em discussão no Congresso Nacional, e a influência das igrejas na pauta do Legislativo.
“Sou completamente contra a redução da maioridade penal e contra muita coisa que está em evidência e que, para a minha geração, é chocante. Há um retrocesso que nunca imaginei. Eu sou da década de 1960, do feminismo, da liberdade sexual, das igualdades todas. Quando volta esse moralismo, e esse mundo religioso começa a ditar as regras, é muito assustador”, afirmou à repórter Debora Ghivelder.
“Quando você tem essas conquistas, a tendência é achar que elas estão conquistadas dali para a frente. Quando volta esse moralismo, e esse mundo religioso começa a ditar as regras, é muito assustador”, acrescentou.
Marieta disse que, embora respeite todas as crenças religiosas, não quer uma religião legislando a vida das pessoas. Ela também cobrou a descriminalização do aborto, um dos temas que enfrentam maior resistência por parte de lideranças religiosas no Congresso.
“Há espaços da mulher que foram conquistados e são sólidos. Mas há outros em que a gente não consegue ir adiante, como o aborto, que é um direito. E por quê? Por causa desse conservadorismo religioso com representação política. Não tenho nada contra religião. Sou a favor de todas, mas não exerço nenhuma. Só não quero uma religião legislando a minha vida.”
informações de Congresso em Foco
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