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“Voltarei a rezar e retorno à Igreja, e isso não é uma piada”, diz Raúl Castro

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Raúl Castro visita papa Francisco e diz que, se pontífice 'continuar assim', voltará a 'rezar'. Encontro no Vaticano durou 55 minutos e os dois discutiram reaproximação com EUA e drama dos refugiados no Mediterrâneo

Raúl Castro e Papa Francisco se encontraram no Vaticano (NBC News)

O presidente de Cuba, Raúl Castro, visitou neste domingo (10/05) o papa Francisco no Vaticano. Depois de um encontro que durou 55 minutos, o líder cubano elogiou o pontífice e disse que, “se ele continuar assim”, voltará a rezar e frequentar a Igreja Católica.

“Eu voltarei a rezar e retorno à Igreja, e isso não é uma piada”, afirmou o presidente cubano, em declarações à imprensa ao lado do primeiro-ministro da Itália, Matteo Renzi, com quem se reuniu após o encontro com o papa. Porém, deixou claro: “Sou comunista, do Partido Comunista Cubano”.

O Vaticano desempenhou um papel fundamental na aproximação entre Washington e Havana anunciado no final do ano passado. Raúl agradeceu “a contribuição na reaproximação entre Cuba e Estados Unidos”.

Raúl disse que assistirá “a todas as missas” que Francisco fizer durante sua viagem a Cuba, prevista para setembro, e lembrou que estudou em instituições religiosas de jesuítas, a mesma ordem do papa Francisco.

Lista de apoiadores do terrorismo

Ao lado de Renzi, Raúl comentou o pedido do presidente dos EUA, Barack Obama, para retirar Cuba da lista de países que apoiam o terrorismo. “Nunca teríamos que ter sido incluídos nessa lista de países terroristas. Talvez em 28 de maio o Senado dos Estados Unidos nos tire dessa famosa lista”, disse.

Por último, ele admitiu que seu país está “tentando levar adiante a melhora” de seu “sistema político, social e cultural, mas é muito difícil fazê-lo sem choque, sem deixar ninguém pelo caminho”.

Encontro

Raúl chegou ao Vaticano às 9h30 (hora local, 4h30 em Brasília) e, em seguida, começou sua audiência particular com o papa. A reunião foi mais longa que a que o pontífice manteve em março do ano passado com o presidente americano, Barack Obama, que durou 52 minutos, mas que se realizou com intérprete, enquanto a de hoje foi uma conversa privada em espanhol.

“Agradeci ao Santo Padre por sua contribuição para a reaproximação entre Cuba e Estados Unidos”, disse o cubano no final da audiência. Eles discutiram, também, o drama dos refugiados que tentam atravessar o Mediterrâneo. Raúl deu de presente a Franciso um quadro do artista cubano Alexis Leyva Machado, que representa uma grande cruz feita com vários navios e uma criança que reza perante ela.

No final da audiência, Raúl se despediu com um aperto de mãos do papa, que posteriormente comentou brincando com a imprensa que esperava o final da reunião.

Opera Mundi e Agência Efe