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Paciente toca violão durante cirurgia no cérebro

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Paciente canta e toca violão enquanto enfrentava cirurgia para retirar um tumor no cérebro. “Toquei uma dos Beatles, uma do Roupa Nova e outra que fiz para o meu filho. No fim os médicos até pediram bis”

Paciente tocou durante cirurgia que durou 9 horas
(Foto: Hospital Nª Sª da Conceição/Divulgação)

Em recuperação após uma cirurgia de nove horas para remover um tumor cerebral, Anthony Kulkamp Dias, de 33 anos, comprova que o procedimento foi um sucesso. Com a saúde revigorada e à espera da alta nesta quarta-feira, ele lembra com perfeição do repertório que emocionou a equipe médica [vídeo abaixo] do Hospital Nossa Senhora da Conceição, em Tubarão, na quinta-feira passada, durante a operação em que ele cantou e tocou violão o tempo todo.

De uma música autoral que compôs para o filho Emanuel, nascido há três meses, até o clássico sertanejo Telefone Mudo, passando por Roupa Nova, Beatles e canções em alemão, Anthony inovou na monitorização cerebral, em que médicos e paciente interagem para garantir que não ocorram lesões nas áreas sensoriais, motora e da fala durante procedimentos delicados.

A equipe médica sugeriu que ele tocasse durante a cirurgia (que durou 9 horas) para garantir que nenhuma das funções necessárias, como fala e coordenação motora, seriam afetadas durante o procedimento. “Os médicos pediram para eu repetir a música sertaneja (“Telefone mudo”) duas vezes. Então teve até bis”, brinca Anthony, de 33 anos. Ele tem previsão de receber alta nesta quarta (3).

Durante a cirurgia, Anthony intercalava as músicas com períodos de descanso, conforme orientação da equipe médica. Em alguns momentos, o médico anestesista o ajudava com o peso do violão.

O anestesista Jean Abreu Machado explica que, geralmente, neurocirurgias são realizadas com o paciente sob anestesia geral e ausência de dor, mas quando o tumor está próximo a áreas como a da fala e movimentação, há risco de perda das funções, caso elas sejam lesadas durante o procedimento. Por isso, é importante manter o paciente acordado.

Anthony diz que 90% do tumor foi retirado na cirurgia e que não sentiu dor. Ele espera que o vídeo com o “show” durante a operação sirva de inspiração. “Acredito inclusive que isso tudo tenha sido programado, de ter atingido justamente uma área onde tenho meu dom. Deus me deu esse dom para auxiliar na recuperação e fazer a cirurgia com todo.

Primeira vez

Essa foi a 19ª cirurgia com monitoração cerebral realizada pelo hospital e a primeira onde o paciente tocou um instrumento. O hospital é o único no estado a fazer este tipo de cirurgia. O procedimento foi coberto por convênio, mas conforme a assessoria de imprensa do hospital, geralmente cirurgias do tipo são realizadas através do Sistema Único de Saúde (SUS).

Vídeo:

informações de Diário Catarinense e Agência Globo

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