Em alusão à cerimônia sagrada de lavar os pés, em que Jesus purificou os apóstolos antes da Santa Ceia, líderes religiosos repetem o ato com a Viviany Belebone, a travesti 'crucificada' na Parada do Orgulho LGBT de 2015
A travesti Viviany Belebone, que ficou famosa depois de aparecer crucificada na última Parada do Orgulho LGBT de São Paulo no mês passado, teve os pés lavados pelo padre católico Júlio Lancelotti e o pastor evangélico da Igreja Batista José Barbosa Júnior, no último sábado. O ato é uma alusão ao costume bíblico de se lavar os pés como forma de purificação e humildade, quando Jesus lavou os pés dos apóstolos antes da Santa Ceia.
Os religiosos pediram perdão às ameaças e ofensas sofridas por Viviany que se emocionou e disse: “Me sentindo abençoada”. Viviany participou da Parada crucificada em uma cruz em referência à homotransfobia e virou peça central em um debate onde pastores fundamentalistas a acusaram de desrespeito e sacrilégio. O ato simbólico demonstrou que nem todos os religiosos concordam que foi uma ofensa, e ainda, que há humildade e respeito com o próximo em alguns templos.
O ato de desagravo aconteceu no Largo do Arouche, no Centro de São Paulo e o pastor explicou a atitude em seu Facebook: “Fizemos isso como um ato de desagravo, pedido de perdão pelas muitas crucificações que as pessoas LGBT sofrem no Brasil e como atitude de serviço, porque entendemos que os cristãos devem servir aos oprimidos, excluídos e aos que sofrem toda sorte de preconceitos”.
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