Redação Pragmatismo
Geral 22/Jul/2015 às 17:53 COMENTÁRIOS
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78% dos brasileiros rejeitam financiamento privado de campanha, diz CNT/MDA

Publicado em 22 Jul, 2015 às 17h53

Um dado que passou quase despercebido na nova pesquisa CNT/MDA mostra que quase oito em cada dez brasileiros são contra o financiamento privado de campanhas eleitorais. Doações privadas foram aprovadas recentemente na Câmara dos Deputados após manobra realizada por Eduardo Cunha

financiamento privado eduardo cunha
Financiamento privado de campanhas foi aprovado na Câmara após manobra de Eduardo Cunha

Um dos dados que constam do levantamento realizado pelo instituto MDA sobre a avaliação do governo da presidente Dilma Rousseff, divulgados nesta terça-feira 21 pela Confederação Nacional dos Transportes (CNT), aponta que 78,1% dos brasileiros são contra doações de empresas para campanhas políticas. A pesquisa foi feita entre os dias 12 e 16 de julho com 2.002 entrevistados.

Pesquisa divulgada no início do mês pelo Datafolha apontou resultado semelhante: 74% dos brasileiros são contra o financiamento empresarial.

Os números deveriam dar impulso à reforma política e também colocam em xeque as posições do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes, que são contra o financiamento público de campanhas.

Há cerca de dois meses, Cunha conseguiu aprovar na Câmara, por meio de uma manobra regimental, proposta que insere na Constituição Federal a permissão para as empresas doarem exclusivamente aos partidos políticos – e não aos candidatos.

A matéria foi aprovada com 330 votos, contra 141 – depois de ter sido reprovada um dia antes (relembre aqui). Parlamentares recorreram ao STF alegando que a votação foi ilegal, mas o tribunal não acatou a ação.

No próprio Supremo, corre o julgamento de uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) impetrada pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) que proíbe a doação de empresas privadas a campanhas eleitorais.

O caso foi interrompido, no entanto, por um pedido de vista de Gilmar Mendes, que há mais de um ano e três meses não deu seu voto, nem devolveu a ação ao plenário – os ministros já haviam decidido a matéria por 6 votos a 1 contra o financiamento privado.

Em sua atuação na presidência da Câmara, Cunha costuma entoar o discurso de que está pautado pela sociedade – a afirmação também foi feita em seu pronunciamento de cinco minutos em rede nacional na última sexta-feira 17. “As principais demandas da sociedade é que estão pautando o nosso trabalho”, declarou o deputado.

As pesquisas, no entanto, dizem o contrário: a Câmara vem sendo pautada por sua própria vontade e a de políticos financiados por grandes companhias privadas.

Brasil 247

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