O deputado Celso Maldaner (PMDB-SC) revelou ter sido ameaçado após votar contra a redução da maioridade penal. Menos de 24 horas depois, o parlamentar mudou o voto. Maldaner diz, no entanto, que a mudança não tem relação com a ameaça
A aprovação da redução da maioridade penal na Câmara dos Deputados, em primeiro turno, seguirá pautando os debates na imprensa, no meio político e nas conversas cotidianas ainda por algum tempo.
Além da polêmica em torno da manobra antirregimental de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que será avaliada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), há muita especulação em torno da mudança de voto de deputados que, 24 horas depois de se posicionarem contra a redução da maioridade penal, misteriosamente votaram a favor da medida. Ainda na madrugada de quinta-feira, Pragmatismo Político foi o primeiro portal a divulgar a lista dos vira-casacas, que pode ser conferida aqui.
Em denúncia feita ao portal Uol, o deputado Celso Maldaner (PMDB-SC), que é do mesmo partido de Eduardo Cunha, revelou ter sido ameaçado pelo também peemedebista Valdir Colattto (PMDB-SC) por votar contra a redução da maioridade penal. Na segunda votação, Maldaner mudou o voto e votou a favor da PEC 171/93.
“Ele [Valdir Colatto] disse que ia mandar os bandidos de 16 e 17 anos para invadir minha residência em Santa Catarina”, afirmou Maldaner, completando que por pouco não chegou “às vias de fato” com o deputado. O parlamentar disse que cogitou entrar com uma representação por quebra de decoro parlamentar, mas foi desestimulado pela “turma do ‘deixa-disso'”.
Deputado minimiza as ameaças
Após a repercussão da denúncia, Maldaner tentou minimizar o incidente e disse que mudou de opinião na segunda votação não pelas ameaças, mas por concordar com a nova proposta da PEC, segundo ele, “mais específica”. “Eu não senti na minha consciência para votar a favor do primeiro projeto, mas já havia dito que para crime hediondo eu era a favor [da redução]”, frisou o parlamentar.
No discurso que justificou a mudança de voto, em que citou as ameaças recebidas, Maldaner disse que acreditava que a redução da maioridade penal “não era a solução” para a criminalidade, apesar dado voto favorável a à Proposta de Emenda Constitucional. “Eu acho que a solução é a formação familiar e a educação. Se os pais não têm condição, ter escola integral, investir mais na educação”.
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Questionado se não havia contradição em sua vontade política de mudança da sociedade pela educação com o voto a favor da PEC 171/93, o deputado catarinense resignou-se: “Eu não comemorei nada, foi uma noite muito triste”.
com informações de Uol
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