Um dia após a Polícia Federal realizar apreensões nas casas de senadores e deputados, Eduardo Cunha, que é um dos investigados na Lava Jato, ironizou a possibilidade de também ser alvo de buscas: "Que não cheguem [PF] antes das 6h para não me acordar"
Um dia após a Polícia Federal e a Procuradoria-Geral da República terem realizado buscas em residências e escritórios de políticos, incluindo três senadores, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou que as portas da sua casa estão abertas para as investigações.
“A porta da minha casa está aberta. Eu acordo às 6h. Que não cheguem antes das 6h para não me acordar”, ironizou o presidente, que é um dos investigados perante o Supremo Tribunal Federal (STF) por suposto envolvimento no esquema de corrupção deflagrado pela Lava Jato.
Ele preferiu não comentar as oposições feitas à ação dos investigadores e descartou ligações entre as medidas de busca e apreensão e uma possível retaliação do governo aos parlamentares.
“Não foi uma ação motivada pelo governo. Não dá para acusar o governo pela ação. O espetáculo talvez você possa acusar, mas a ação não”, completou o peemedebista, dizendo que é “preciso deixar o tempo e as coisas aparecerem”.
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) disse mais cedo que a Casa estuda a possibilidade de mover um processo contra a operação de busca e apreensão realizada ontem.
Na terça-feira, 14, investigadores tiveram como alvo os senadores Fernando Collor (PTB-AL), Ciro Nogueira (PP-PI) e Fernando Bezerra (PSB-PE), além do ex-ministro Mario Negromonte e do ex-deputado federal João Pizzolatti (PP-SC) e do advogado Tiago Cedraz.
A operação Politeia foi a primeira fase das investigações da Lava Jato perante o STF e cumpriu 53 mandados de busca e apreensão em 6 Estados e no Distrito Federal.
Os mandados de busca foram solicitados pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e autorizados por três ministros do STF: Teori Zavascki, Celso de Mello e Ricardo Lewandowski.
Depoimento devastador
Advogados que atuam na Lava Jato dizem que o depoimento do delator Júlio Camargo que comprometeria o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), seria “devastador”. A informação é da colunista Mônica Bergamo.
Antonio Fernando, advogado do parlamentar, minimiza. Diz que está tranquilo e que os elementos disponíveis no inquérito, até agora, não “trazem preocupação”.
com Agência Estado
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