Em plena Guerra Fria, no ano de 1973, o líder cubano Fidel Castro fez uma "previsão" que acaba de se concretizar em 2015, mais de 40 anos depois
Ano de 1973. A Guerra Fria está mais fria do que nunca: Richard Nixon está no seu segundo mandato como presidente dos Estados Unidos (renunciaria no ano seguinte) e a Guerra do Vietnã chega ao fim. Ao regressar do país situado no sudeste asiático, o líder cubano Fidel Castro participa de uma de suas habituais reuniões com a imprensa internacional.
Em um ambiente descontraído, Brian Davis, jornalista de uma agência de notícias britânica, questionou: “Quando você [Fidel] acredita que serão restabelecidas relações entre Cuba e Estados Unidos, dois países tão distantes, embora próximos geograficamente?”
O líder da revolução cubana, olhando firmemente nos olhos de Brian, respondeu em alto e bom som para que todos os presentes pudessem escutá-lo: “Os Estados Unidos só voltarão a dialogar conosco quando tiverem um presidente negro e quando houver no mundo um Papa latino-americano”.
Alguns jornalistas riram da declaração, outros, incrédulos, esboçaram expressões faciais irônicas. Ninguém acreditou na previsão de um ‘Castro metido a Nostradamus’. Todo esse episódio foi resgatado pelo jornalista e escritor argentino, Pedro Jorge Solans, durante recente viagem que fez a Cuba para produzir uma reportagem que tratava da reabertura das relações da ilha caribenha com os EUA. A matéria foi originalmente publicada no El Diario de Carlos Paz.
Esse episódio histórico é explicado por Eduardo de la Torre, que na época era estudante universitário. Naqueles tempos, era impossível imaginar que Barack Obama, um homem negro, podia chegar a ser presidente do país mais poderoso do mundo. Tampouco parecia viável que um argentino fosse eleito Papa quando a maioria dos que disputavam e assumiam o posto máximo da Igreja Católica eram nascidos na Itália, mais precisamente em Roma.
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Texto originalmente publicado pelo jornal argentino Clarín, Tradução: Pragmatismo
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