Um ano de Estado Islâmico
Como surgiu? Qual é o desafio que ele passa à comunidade internacional? E quais são as possíveis soluções para aniquilá-los?
Lucien de Campos*, Pragmatismo Político
No final do mês de junho de 2015 completou um ano da autoproclamação do Estado Islâmico, determinando o surgimento de uma nova ameaça mundial. Passado esse tempo, presencia-se a necessidade de compreendermos sua origem e o principal desafio que este “califado” apresenta à comunidade internacional, para que possamos construir possíveis soluções no intuito de eliminar as terríveis violações de direitos humanos que este grupo comete no mundo árabe. Nesse sentido, permitam-me dizer que se formos tentar perceber sua origem e expansão, é necessário antes de mais nada analisar as causas e consequências da invasão norte-americana no Iraque em 2003.
A invasão no Iraque
Após a Guerra do Golfo, em 1991, a indústria petrolífera norte-americana passou os anos 90 a procura de uma justificativa plausível para intervir no Oriente Médio no intuito de aumentar sua exploração de petróleo. Por isso que o ano de 2001 foi determinante, pois como afirma o célebre Noam Chomsky em seu livro “Iraque – assalto ao Médio Oriente”, o trágico 11 de setembro foi uma “bênção” para a elite capitalista estadunidense.
A Casa Branca utilizou do atentado ao World Trade Center para criar um estado de pânico, no qual deu a entender que estavam a ter atitudes corajosas para defender seu povo do terrorismo, divulgando ao mundo o início de uma guerra contra aqueles que pertenciam à uma parcela do extremismo islâmico, considerada uma perversão do islã. A elevação do patriotismo estadunidense contra o terrorismo foi uma determinante estratégia governamental para obter o apoio do povo na caçada ao Osama Bin Laden e Saddam Hussein.
No Iraque, todos sabemos que a coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos para depor Saddam fez alegações que até hoje não foram provadas, como a ligação do líder iraquiano com a Al-Qaeda e existência de armas nucleares no país. Contudo, não podemos esquecer que até 2003 a produção do petróleo iraquiano estava sob o domínio da Rússia e França, e de qualquer forma os norte-americanos estavam dispostos para controlar as jazidas de petróleo iraquianas.
Nas relações internacionais, ao passar por cima do Conselho de Segurança das Nações Unidas e invadir o Iraque, George W. Bush deixou claro que não há nada acima dos Estados Unidos. Para ficar mais suscetível ao entendimento de todos, a postura da política externa norte-americana naquele momento pode ser comparada, a grosso modo, com um mafioso na busca de garantir o sucesso de seus interesses.
Imaginemos um chefe mafioso que quer cobrar dinheiro a troco de proteção. Obviamente ele não irá solicitar autorização aos tribunais, até mesmo que a pudesse obter, não faria porque estaria indicando que existe uma autoridade à qual deve obedecer. Tudo leva a concordar com a opinião de Chomsky quando relata que para que as pessoas se sintam intimidadas, os ianques sabem que tem de deixar claro que não há nenhum ator internacional superior a eles.
Os interesses dos Estados Unidos ditaram a política internacional e seus condutores realizaram de forma racional. A teoria Pós Moderna do Império, de Michael Hardt e Antonio Negri, consegue trazer-nos a explicação de que a efetividade jurídica das Nações Unidas é de pouco impacto quando se tratam de assuntos que contradigam os interesses dos Estados Unidos e seus aliados.
Nesse sentido, a invasão do Iraque foi um modelo típico de um imperialismo econômico, pois o petróleo é interesse nacional dos Estados Unidos desde o fim da Segunda Guerra Mundial. Aproveitando-se disso, a indústria armamentista também ampliou seu mercado para o Oriente Médio porque soube identificar que esta região conflituosa estava propensa ao lucro através da venda de armas. Hans Morgenthau define esta prática como a “diplomacia do dólar”.
É possível chegarmos à conclusão de que a invasão do Iraque não tinha nada a ver com o terrorismo, muito menos com as atrocidades de Saddam Hussein. Em seus discursos, Bush acusava Saddam de monstro, dizendo que era necessário assassiná-lo porque foi capaz de usar armas química contra a sua própria população, levando a cabo grandes massacres. De fato, foram acusações verdadeiras, mas faltou-lhe três palavras: com nosso apoio.
Saddam executava suas atrocidades e desenvolvimento de armas maciças através do fornecimento de tecnologia inglesa e norte-americana. Diante disso, tais acusações contra Saddam, apesar de verdadeiras, foram irrelevantes. Foram manobras para poder voltar a controlar o petróleo na região que resultaram numa série de complicações.
A criação do autoproclamado Estado Islâmico
Depois de abater o exército de Saddam, os Estados Unidos abriram espaço para que a Al-Qaeda se instalasse no país. Era propício o desenvolvimento de um grupo terrorista no Iraque, pois a política adotada por Bush apresentava defeitos administrativos, e principalmente, de segurança. O Iraque estava frágil e aberto para extremistas islâmicos se organizarem. A situação era calamitosa ao ponto de ser possível identificar, naquele momento, características de um Estado totalmente desestabilizado. E como consequência disto, o país virou polo atrativo para jihadistas. Porém, e aquele velho discurso ocidental sobre a democracia no mundo árabe? O exercício da democracia não reorganizaria o país de modo a resolver os defeitos de Bush?
Todos esses anos que passaram vieram mostrar que se fossem estabelecidos Estados democráticos no Oriente Médio, ficaria mais difícil para qualquer coligação ocidental destruir a base industrial e as infraestruturas de um país, principalmente um país como o Iraque. Por isso que os EUA não deu qualquer margem para a organização de um Iraque independente. Muitos analistas acreditam que a Casa Branca fracassou porque ao invés de desenvolver a democracia, Bush desestabilizou o Iraque.
Tremenda ingenuidade dizer que os Estados Unidos pretendia, a todo momento, democratizar o Oriente Médio, acabando por fracassar nessa questão. Não custa acreditar que não há algo mais fácil do que controlar os recursos naturais de um país desestabilizado, com uma sociedade desorganizada, em que os cidadãos tiram a vida uns dos outros, sem a presença e proteção de um Estado Democrático de Direito.
Pode-se afirmar, então, que os EUA tem uma parcela de culpa no que tange à desestabilização do Estado iraquiano. Desde 2003, as instituições iraquianas de combate à corrupção foram sistematicamente marginalizadas ou intimidadas, tudo isso com o apoio de Washington. Na época, os ianques trouxeram de volta ao Iraque muitos cidadãos exilados que eram opositores à Saddam. O povo iraquiano teve a falsa ilusão de que com a chegada dos norte-americanos, juntamente com os opositores antes exilados, o Iraque sairia da crise de corrupção existente há décadas. Na verdade, os exilados recém-chegados estavam de acordo com a política imperialista norte-americana e famintos por dinheiro.
Vale lembrar que em 2006 os EUA colocaram no poder Nouri al-Maliki, líder xiita do Partido Islâmico Dawa. O governo de Maliki colaborou para a marginalização política e econômica dos sunitas no Iraque. A violência no Iraque cresceu, havendo um aumento das violações cometidas por grupos radicais sunitas que pretendiam criar um Estado Islâmico, impondo a sharia e lutando contra xiitas, pois estes eram considerados merecedores de pena capital. Entre os radicais sunitas estava o jordaniano Abu Al-Zarqawi, que jurou lealdade a Bin Laden, transformando seu grupo armado na Al-Qaeda do Iraque. Neste contexto, a Al-Qaeda do Iraque conseguiu explorar a opressão de Maliki para obter o apoio dos sunitas na luta contra a hegemonia xiita. Acabaram por ganhar batalhas épicas contra um numeroso exército iraquiano corrupto e mal treinado.
Com isso, ainda em 2006, soldados norte-americanos assassinam Al-Zarqawi e passaram a ter a ideia de que estava tudo sob controle. A confiança de Washington de que o domínio total da violência bastaria para manter a região controlada a fim de garantir a proteção de seus interesses econômicos foi demasiada ao ponto de não perceber o crescimento da Al-Qaeda do Iraque. Em 2010, Abu Bakr al-Baghdadi assume a liderança do grupo radical sunita, sendo que quatro anos mais tarde passou a se autoproclamar como Estado Islâmico do Iraque e Levante, também conhecido pelo acrónimo árabe Daesh.
O fracasso dos Estados Unidos está no excesso de confiança e desprezo ao potencial inimigo que estava crescendo. É bem possível que Bush fechou os olhos para o recrutamento de jihadistas no Iraque e desconsiderou o fato da Arábia Saudita ser uma das responsáveis pelo crescimento do jihadismo no Oriente Médio.
Percebe-se que os Estados Unidos tratou com irrelevância os islamitas e quem os financiam. Assim, ficou claro que o fundamentalismo islâmico só é relevante para a política externa norte-americana quando ameaça seus interesses vitais, nomeadamente o petróleo e Israel. Foi isso uma das causas para que o autoproclamado Estado Islâmico crescesse de forma abrupta, chamando a atenção mundial a partir de junho de 2014.
O principal desafio
Quando há exatamente um ano o autoproclamado Estado Islâmico do Iraque e Levante começou chamar a atenção da comunidade internacional com suas atrocidades cometidas, o comandante das Operações Especiais dos EUA no Oriente Médio, Sr. M. K. Nagata, declara publicamente que seria difícil derrotá-los, pois ainda nem sequer os Estados Unidos tinha percebido as suas ideias. Passaram-se mais de uma década desde a invasão norte-americana no Iraque, e o que no início era apenas uma pequena ameaça que se autodeterminava como a Al-Qaeda do Iraque, hoje já pode ser considerada uma ameaça mundial, que detém o domínio de um território situado entre o Iraque e a Síria, sendo equivalente ao Reino Unido.
O principal desafio, então, estaria na compreensão da natureza deste califado. Limitar-se a dizer que seus militantes são “um grupo de novatos da Al-Qaeda” – como Barack Obama já disse – é um erro crucial que não corrobora para o entendimento das ideias deste grupo. Desde sua criação, no berço da invasão do Iraque, o Daesh tem adquirido diferentes características da Al-Qaeda de Bin Laden.
O terrorismo de Osama Bin Laden era um prefácio para um futuro califado que não pretendia vivenciar ainda vivo. Isto é, os objetivos de Osama para constituir um califado requereria anos por conta de seu grupo funcionar de forma flexível, operando como uma rede dispersa e com células autônomas. Já o Estado Islâmico têm a necessidade de demarcar e legitimar seu território através de uma estrutura hierarquizada para governar.
Os seguidores de Bin Laden deslocavam-se pelo ocidente sem preocupações com o modernismo. Circulavam normalmente em qualquer país sem demonstrar qualquer rejeição ao mundo moderno. Poucos sabem que os terroristas do 11 de setembro frequentavam restaurantes como Pizza Hut e faziam compras no Walmart. Diferentemente, os radicais Estado Islâmico vestem-se com roupas medievais que relembram a época de Maomé. Com frequência os líderes citam mensagens religiosas e textos do islã dos primórdios, aderindo uma metodologia rigorosamente profética.
Ficar nesse julgamento limitado de que é um “grupo novato da Al-Qaeda” é subestimar um grupo com uma visão medieval do islã. A sua teologia deve ser compreendida para conseguir combatê-la. Graeme Wood, cientista político da Universidade Yale (EUA), alerta para o fato da necessidade de familiarizarmos com a genealogia intelectual do Estado Islâmico se quisermos uma resposta que não o fortifique mas que o ajude a se autossacrificar em seu próprio excesso de zelo.
O atual sucessor de Bin Laden na Al-Qaeda, o egípcio Al-Zawahiri, afirma ser contra Baghdadi. Apesar de ter-se originado como um braço da Al-Qaeda no Iraque, desde o início o Estado Islâmico tem excedido ao fanatismo extremo. Primeiramente na figura de Al-Zarqawi, devido ao seu gosto por espetáculos sanguinários; e seguido por Baghdadi, confirmando a prática da expressão “se sangra tem destaque”. Eles levam consigo o pensamento de que todo e qualquer homem que negar a perfeição inicial do Corão deve ser assassinado. Consideram o xiismo como uma inovação, e por isso seus seguidores deveriam ser aniquilados, o que significa que cerca de 200 milhões de xiitas tem sua sentença de morte. Como também todos os governantes do mundo árabe que colocarem leis acima da sharia, pois estariam aprovando leis que não foram feitas por Alá.
É verdade que as conquistas de Maomé não foram nada pacíficas, e os próprios muçulmanos reconhecem isso. É perceptível que as leis de guerra do Corão foram feitas em uma época em que se presenciava enorme violência no Oriente Médio. Contudo, os jihadistas do Daesh retrocedem à este islã antigo, reproduzindo suas regras de guerra. É um comportamento que os muçulmanos modernos recusam a admitir, pois eles estariam praticando uma tradição medieval em tempos modernos.
As possíveis soluções
Patrick Cockburn, jornalista irlandês correspondente do The Independent no Oriente Médio, em seu livro titulado “O Novo Estado Islâmico”, descreve que atacar com aviões tripulados ou até mesmo drones contribuirá para enfurecer ainda mais a comunidade sunita. O sucesso da coalizão internacional seria remoto se continuar com esta estratégia. Para Cockburn, a destruição económica do Iraque (refinarias de petróleo, de silos e cereais) empobrecerá os civis, mas será provável que aumente a hostilidade contra o ocidente em vez de voltar as populações contra o próprio Estado Islâmico. É necessário recordamo-nos que falamos de pessoas habituadas a sobreviver em condições semelhantes da Idade da Pedra. E bombardeá-las até voltarem à Idade da Pedra não fará muita diferença.
Já no que diz respeito à diplomacia, para o Daesh ela seria uma prática politeísta. Exercer uma política externa através da diplomacia e negociação é reconhecer uma outra autoridade que não de Alá. Do mesmo modo que os ianques não procuram negociar com terroristas, pois se negociassem, estariam a legitimá-los soberanos.
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É quase impossível praticar a diplomacia neste caso, pois o radicalismo deste autoproclamado califado islâmico prejudica qualquer tipo de negociação que resguarde a dignidade humana dos civis. Porém, pode-se notar que nos últimos anos outros grupos armado do Oriente Médio já cederam à princípios democráticos, como Hamas, Irmandade Muçulmana e Taliban, sendo que com este último, negociações já funcionaram. Mas para o Estado Islâmico, a negociação não é uma opção, mas sim, um ato de apostasia.
Diante disso, foi um verdadeiro atraso estadunidense pelo fato de não ter identificado com antecedência os propósitos de Baghdadi. Em 2011 já se era possível perceber o vazio existente no Iraque, e a possível fragilidade na Síria com o início de uma guerra civil que até hoje perdura. Não custa afirmar que o Daesh desenvolveu-se com as oportunidades geradas pelos erros norte-americanos. Não houve uma visão antecipada, sendo que a Casa Branca preferiu subestimá-los, ao ponto de considerá-los um grupo de novatos da Al-Qaeda.
Uma possível solução estaria na diminuição da intensidade da Guerra Civil Síria. Aos poucos, o Conselho de Segurança deveria abrandar o conflito no intuito de um cessar-fogo entre Bashar al-Assad e os rebeldes. No momento, nenhuma das duas forças é capaz de derrotar o poder do autoproclamado Estado Islâmico. Assad só tem resistência na capital Damasco, e a oposição se desfragmenta cada vez mais no interior do país, abrindo passagem para o alargamento do grupo de Baghdadi.
Para Patrick Cockburn, forçar o término do conflito sírio permitirá que a comunidade síria deixe de sentir que travam uma guerra por sua existência, não tendo escolha que não seja apoiarem o Estado Islâmico ou Assad. Somente uma trégua na Síria seria crucial, mas esta solução política nos mostra ser inexequível agora porque o ódio recíproco entre as partes é muito grande.
Também não podemos esquecer que o cessar-fogo na Síria é pouco provável porque depende dos interesses da Rússia, dos Estados Unidos e do principal patrocinador regional: a Arábia Saudita. Os sauditas não apresentam interesse algum na manutenção de Assad no poder. Vale salientar que a monarquia saudita prega o wahhabaismo, uma visão fundamentalista e ultraconservadora do islã que impõe a sharia e relega mulheres, xiitas, cristãos e judeus como cidadãos de segunda classe. A Al-Qaeda e o Estado Islâmico tem como inspiração o wahhabaismo saudita. Enquanto isso, o Irã, Jordânia, forças curdas e Assad demonstram estar dispostos a combater o Daesh.
Já para Graeme Wood, a solução de curto prazo estaria no combate militar a fim de ocupar as regiões da Síria e Iraque dominadas pelo Daesh. Deveria haver o entendimento por parte dos Estados Unidos de que o grupo de Baghdadi é diferente da Al-Qaeda, e que de fato, eles não são um grupo de novatos e juvenis. Wood compara as características da Al-Qaeda com uma barata, pois este grupo armado trabalha nas escondidas. Já o Estado Islâmico não consegue, e se ele perder seu poder territorial na Síria e Iraque, vai deixar de ser um califado.
Isso porque todo e qualquer califado não pode existir na clandestinidade, pois necessita da legitimação do território sob domínio. Os Estados Unidos deve, portanto, combater o Daesh fazendo-o perder seu território de comando, e com isso, o valor da propaganda do califado iria desaparecer, juntamente com o suposto dever religioso de imigrar para servi-lo. Mas, no entanto, é importante questionar se é valido invadir de novo, sendo que a última invasão foi incompetente ao ponto de abrir caminho para Al-Zarqawi. Se o trabalho for novamente mal feito? A comunidade internacional fica relutante quando o termo invasão é colocado em pauta.
O próprio Estados Unidos não investe em uma ocupação por duas razões: o passado já mostrou que tais medidas podem trazer sérios problemas; e outra razão é porque simplesmente não lhes interessa combatê-lo a curto prazo. A solução mais cabível é a longo prazo. De momento, basta contê-los para que não avancem às regiões vitais para os interesses norte-americanos. Por mais que conquistaram um vasto território, o autoproclamado Estado Islâmico têm sob domínio uma região desabitada e pobre.
Os ataques aéreos da coligação representam apenas uma contenção da expansão dos jihadistas. É melhor deixá-los isolados, pois nenhum Estado sobrevive dessa forma. Com uma ideologia medieval do islã através da aplicação estrita e violenta da sharia, o Daesh estaria caminhando para sua própria implosão.
Implosão que não será tão cedo, pois ainda está fortificado o suficiente para continuar sendo uma forte ameaça mundial. Baghdadi estaria pronto para louvar sua autodestruição, mantendo-se confiante, mesmo que cercado, de que vai receber uma ajuda divina se manter-se fiel ao modelo profético. Para uma organização impenetrável à persuasão como é o Estado Islâmico, poucas serão as medidas que importarão, e a guerra pode ser longa.
*Lucien de Campos é mestrando em Diplomacia e Relações Internacionais pela Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias – Lisboa e colaborador em Pragmatismo Político
Fonte: http://www.theatlantic.com/features/archive/2015/02/what-isis-really-wants/384980/