PSDB aproveita rejeição de 71% do governo (segundo Datafolha) e engrossa o coro a favor do impeachment. Cássio Cunha Lima (PB), líder do partido no Senado, convoca a imprensa para defender, de forma imediata, novas eleições para substituir a presidente Dilma Rousseff
As bancadas do PSDB no Senado e na Câmara, por meio do líder do partido na primeira Casa, Cássio Cunha Lima (PB), anunciaram nesta quinta-feira (6) que vão defender a realização de novas eleições para substituir a presidenta Dilma Rousseff.
Em uma semana de intensa movimentação de bastidor em Brasília, com o vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), engrossando o discurso pela governabilidade, o tucano disse que a alternativa à crise político-econômica enfrentada pelo país, que estaria “indo para o buraco”, é o impeachment presidencial.
“Estamos convidando a imprensa para que, através dela, a sociedade brasileira possa encontrar qual será o melhor caminho para sair dessa crise. A crise é muito grave, muito profunda, e será a economia que vai inviabilizar o governo. Porque uma coisa é você ter um governo enfraquecido, impopular, e que está indo para o buraco. Outra coisa totalmente diferente, e que está acontecendo, é o país estar indo para o buraco”, discursou o tucano.
Acompanhado pelo líder do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio (SP), Cássio Cunha não especificou qual seria a forma de substituição, uma vez que ainda não há elementos suficientes, segundo diversas instituições competentes, para a formalização de um processo que leve à cassação de Dilma. Para o senador, são três as situações envolvendo o governo Dilma que, a depender dos desdobramentos, poderiam levar a um processo de impeachment.
“Temos um ambiente onde vários delitos foram praticados no campo fiscal, com tudo o que está sendo julgado no Tribunal de Contas da União [TCU]; no campo eleitoral, com os julgamentos em curso no Tribunal Superior Eleitoral [TSE], e com todas as revelações que surgem da Operação Lava Jato, que foram apresentadas após as eleições. Temos uma eleição absolutamente contaminada”, declarou Cássio Cunha, em coletiva de imprensa no Senado.
Apesar de se mostrar convicto em relação à alternativa para o Brasil, o tucano garantiu que a decisão das bancadas nada tem a ver com a divulgação da pesquisa Datafolha, hoje (quinta, 6), mostrando que rejeição de Dilma (71%) é a maior desde a reabertura democrática, em 1985. Os números negativos superam até mesmo o do atual senador Fernando Collor (PTB-AL), que foi cassado e, ainda assim, bateu Dilma em três pontos percentuais.
VEJA TAMBÉM: FHC sofre ataques e xingamentos após elogiar Dilma Rousseff
Fábio Góis, Congresso em Foco
Acompanhe Pragmatismo Político no Twitter e no Facebook