Declaração preconceituosa de professora sobre Síndrome de Down gera revolta
Professora universitária faz declaração preconceituosa em sala de aula sobre portadores de síndrome de down e revolta alunos. A ONG Movimento Down repudiou a conduta da docente e lembrou o artigo 88 do Código Penal brasileiro que prevê pena de até três anos de prisão para quem praticar discriminação de pessoa em razão de sua deficiência
Comentários feitos em sala de aula por uma professora universitária estão dando o que falar nas redes sociais. Ao encomendar um trabalho a alunos do curso de Comunicação Social das Faculdades Integradas Hélio Alonso (Facha), na última sexta-feira, uma professora teria feito declarações preconceituosa sobre a síndrome de down.
“Não me venha com documentário sobre gente com síndrome de down, porque podem até achar bonitinho, mas aquilo é horrível, não é normal, não adianta, eu odeio ver. Agora vem aí dez semanas de dr. Drauzio Varella, com esse tema. Um saco. Quem quer ver isso?!”, indagou a docente. Ela estaria se referindo à série “Qual é a diferença?”, que o “Fantástico”, da TV Globo, começou a exibir no último dia 9.
Ao ser rebatida pela aluna Elisa de Souza Pinto, que estava na sala, a professora teria afirmado: “Gente, não adianta. Ninguém quer um filho com síndrome de down, você quer um filho com síndrome de down?”. Em um post no Facebook, a estudante contou que trancou a disciplina.
A ONG Movimento Down repudiou em sua página na rede social a conduta da docente. Com a frase #ChegaDePreconceito, a organização lembrou o artigo 88 do Código Penal brasileiro que prevê pena de um a três anos de prisão para quem praticar, induzir ou incitar discriminação de pessoa em razão de sua deficiência.
O diretor-geral da Facha, Paulo Alonso, também divulgou nota de repúdio ao fato ocorrido em uma sala de aula da instituição. Leia na íntegra:
Quero expressar o meu mais profundo repúdio ao fato ocorrido em sala de aula, no dia de ontem, e envergonhado, com o comportamento, postura e conduta adotados por determinado professor, pedir desculpas a todos que, como eu, se sentiram ofendidos com pensamento tão preconceituoso e totalmente fora dos princípios éticos e morais que regem nossas ações há 44 anos.
Ao longo de sua história de quase cinco décadas, a Facha tem pautado o seu trabalho acadêmico, baseado no respeito aos valores éticos e morais, jamais permitindo qualquer tipo de discriminação, seja ela qual for. O que ocorreu é absolutamente lamentável. Inacreditável.
Lamento profundamente esse mais do que triste episódio e informo que o docente será chamado a se explicar, se é que existem explicações para fato tão repugnante.
Quero, contudo, deixar claro que o pensamento do docente não reflete obviamente o pensamento dos dirigentes da Facha e que cada um responde por seu atos.
O Dia