Maioria dos que estiveram na avenida paulista no último domingo diz apoiar Eduardo Cunha, segundo Datafolha. Presidente da Câmara será denunciado pela Procuradoria Geral por corrupção
Os protestos do último domingo (16) tiveram uma finalidade: pedir a saída da presidente Dilma Rousseff, seja por “impeachment, cassação ou renúncia”, como definiram os responsáveis por convocar os atos.
Em São Paulo, na avenida Paulista, manifestantes se dividiram em dois grupos: os que pediam a intervenção militar explícita e os que preferiam focar no impeachment de Dilma. De acordo com o Datafolha, 135 mil pessoas participaram do protesto.
Como previsto, o nome do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, foi poupado nas falas nos carros de som. Uma das líderes do Revoltados On-line chegou a questionar, em cima do carro de som, o procurador geral da República, Rodrigo Janot, responsável pelas denúncias contra os investigados da Lava-Jato.
Em pesquisa realizada no dia do ato em São Paulo, o Datafolha colheu informações sobre os posicionamentos políticos dos manifestantes que ali estavam.
O instituto de pesquisas revelou que 50% dos manifestantes consideram ótimo, bom ou regular o trabalho de Eduardo Cunha à frente da Câmara Federal. Por outro lado, 43% dizem que o trabalho de Cunha é ruim ou péssimo. Outros 7% não souberam ou não quiseram responder.
Dilma Rousseff, por sua vez, é rejeitada por 95% dos manifestantes. Enquanto Renan Calheiros tem 79% de rejeição e Michel Temer 68%.
Corrupção
Alvo da Operação Lava Jato, chefiada pelo juiz Sergio Moro, Eduardo Cunha terá sua condenação pedida pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Depoimentos que mencionam corrupção e lavagem de dinheiro pesam contra o presidente da Câmara.
O executivo Julio Camargo (consultor da construtora Toyo-Settal e um dos 15 delatores que colaboram com a Operação Lava-Jato) diz que foi obrigado a pagar US$ 5 milhões em propina para Cunha.
SAIBA MAIS: Eduardo Cunha já era denunciado por receber propinas há 15 anos
O dinheiro teria sido usado para abafar uma investigação que os parlamentares fariam sobre a Toyo e contratos ganhos mediante corrupção na Petrobras.
Outro que relata recebimento de “vantagens indevidas” por parte de cunha é o doleiro Alberto Youssef, também delator. Ele diz que o deputado teria recebido dinheiro para intermediar o aluguel de sondas de perfuração de petróleo pela Petrobras.
“Para viabilizar a assinatura do contrato com a Sansung (fabricante das sondas) foi demandado que Julio Camargo repassasse para o PMDB percentual que o declarante não sabe precisar, mas que se destinava a pagamento de vantagem indevida a integrantes do partido PMDB, notadamente o deputado federal Eduardo Cunha”, diz trecho da delação de Alberto Youssef.
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