Conheça a jovem que está por trás da campanha que apoiou o menino muçulmano preso por relógio confundido com bomba
Uma universitária do Texas queria demonstrar seu apoio a Ahmed Mohamed, o garoto muçulmano de 14 anos que foi preso após o relógio que construiu e levou para o colégio ter sido confundido com uma bomba.
Vinte e quatro horas depois, a hashtag criada pela universitária havia dado início a um movimento que levou 700 mil pessoas a manifestarem apoio a Ahmed no Twitter.
O estudante havia levado o relógio caseiro para a escola de ensino médio MacArthur High School, em Irving, no Texas, para mostrá-lo a seu professor de engenharia. Mas outra professora viu a invenção e chamou a polícia. Ahmed foi interrogado, algemado e levado para um centro de detenção de adolescentes.
Mas ele não foi indiciado. A polícia, depois, reconheceu que a invenção de Ahmed não era perigosa.
Nas redes sociais, muitas pessoas disseram que a detenção foi injusta e motivada por preconceito. Eles usaram as hashtags #IStandWithAhmed (fico com Ahmed) para mostrar seu apoio.
A hashtag foi criada pela universitária Amneh Jafari, que escreveu: “Se o nome dele fosse John ele seria considerado um gênio. Como é Ahmed, ele foi rotulado de ‘suspeito’. #doublestandards (algo como ‘dois pesos e duas medidas’) #IStandWithAhmed.”
Jafari, uma estudantes de psicologia de 23 anos, na Universidade de Texas Arlington, disse ter ficado chocada com a detenção de um estudante tão novo em seu Estado.
Seu primeiro tuíte foi retuitado 501 vezes, quase duas vezes a quantidade de seguidores que ela tem no Twitter.
A garota é ex-presidente da associação de estudantes muçulmanos da universidade. Assim, discussões sobre sentimento anti-islâmico e discriminação religiosa eram tópicos familiares.
“As pessoas têm ideias equivocadas sobre muçulmanos. Fui para a associação para conhecer mais gente como eu.”
Ela esperava que sua hashtag destacasse a questão da discriminação e disse que foi uma boa surpresa descobrir que muitas pessoas, não apenas muçulmanas, estavam reproduzindo seu apoio a Ahmed.
“Senti que aquelas palavras tinham um forte significado. Não tem a ver apenas com Ahmed, mas podem seu usadas por qualquer pessoa que foi discriminada por causa de sua religião, sua raça ou seu nome.”
Repercussão global
O Google e o próprio Twitter usaram a hashtag ao convidar Ahmed para conhecê-los.
O presidente Barack Obama e Mark Zuckerberg também fizeram convites a Ahmed e o incentivaram.
Jafari ficou surpresa com a popularidade da hashtag.
“Pensei que iria chegar apenas a Dallas, não sabia que seria tão grande. É maravilhoso ver outras pessoas com a gente.”
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