"Ainda choro", diz mulher que teve a mão decepada em tentativa de estupro
“Eu senti medo, muito. Até agora estou chorando”. Grávida de 3 meses, mulher teve a mão esquerda e um dedo da mão direita decepados e o cabelo arrancado em tentativa de estupro. Os três principais suspeitos pelo crime estão presos, e, esta semana, foram agredidos por outros detentos
A mulher de 30 anos vítima de uma tentativa de estupro, em que teve a mão esquerda e um dedo da mão direita decepados, além de levar facadas pelo corpo, está internada no Hospital de Emergências de Macapá (AP). As agressões ocorreram no domingo (13), no município de Cutias do Araguari, a 183 quilômetros de Macapá. A vítima está grávida de 3 meses.
Além das agressões, ela teve o cabelo cortado. Chorando ao recordar a violência que sofreu, ela contou que conhece os suspeitos e que nunca imaginou que lhe fariam mal. Pai, filho e tio estão presos em Macapá. Eles são os principais suspeitos no crime.
“Eu conhecia os três, moravam próximo de casa, mas jamais esperava que eles fizessem uma coisa dessa comigo”, falou, emocionada.“Eu gritei por socorro, muito”, lembrou.
O pai da vítima reforçou que os três suspeitos moravam a aproximadamente 3 casas da residência da filha, na passarela ‘Bons Amigos’, uma área alagada de periferia.
A mulher morava sozinha havia 3 anos. Ela contou que estava sem energia elétrica na região quando teve a casa invadida e sofreu a agressão. “Eles foram me agarrando, tirando minha roupa, os três. Como eu reagi, e eles estavam com um facão, começaram a cortar o meu cabelo, a minha mão”, lembrou.
A mulher disse que tentou fugir para a ponte, mas não conseguiu. “Eu corri para a ponte, mas não deu mais tempo, pois fiquei sem tato, não sentia mais nada. Eu fiquei presa na ponte. De lá, eles me empurraram para o lago”, contou.
A vítima disse que perdeu a consciência ao cair no lago. Segundo o pai da mulher, ela foi resgatada pela vizinhança e levada para o hospital. “Quando eu acordei já estava no posto, só lama, sangue e de calcinha”, lembrou a mulher.
Com as mãos enfaixadas e curativos espalhados pelo corpo, a vítima diz que ainda sente dores e não consegue levantar-se da cama do hospital, onde passa os dias sob efeito de medicamentos. Ela fala, no entanto, que a maior dor que sente é psicológica.
A mulher diz que trabalhava como empregada doméstica. “Não vou poder trabalhar assim, como eu trabalhava antes. Eu não sei como vai ser minha vida agora. Quero apenas justiça”, pediu.
Acusados são agredidos por outros presos
Os três suspeitos de estupro foram agredidos por outros detentos dentro da cadeia na última semana, informou o Instituto de Administração Penitenciária (Iapen). O órgão acrescentou que abriu um processo para apurar a invasão ao local onde o trio estava detido e foi espancado.
Um dos agredidos, de 19 anos, levou golpes de faca na cabeça. O pai dele, de 39 anos, teve escoriações pelo corpo, assim como o tio de 27. O trio suspeito foi levado do presídio para atendimento médico no Hospital de Emergências (HE) da capital, mesmo lugar onde a vítima de 30 anos, que está grávida, segue internada.
O Crime
A Polícia Militar (PM) relatou que encontrou a mulher com a mão esquerda e um dedo da mão direita decepados em uma área alagada de periferia onde a vítima mora. Ela estava com várias lesões pelo corpo e os cabelos cortados pelos golpes de facão. O crime teria acontecido durante uma queda de energia no município de Cutias.
Dois suspeitos foram presos ainda na noite de domingo e o outro foi capturado na manhã de segunda-feira (14). O trio foi levado de Cutias para a Delegacia de Polícia do Interior (DPI), em Macapá. Eles prestaram esclarecimentos e somente o jovem de 19 anos teria confessado o crime, conforme a Polícia Militar.
informações de G1 e Diário do Amapá