Anisitia Internacional divulga nota de repúdio contra novela da Rede Globo e emissora responde: "são obras de ficção sem compromisso com a realidade"
A Anistia Internacional, organização não governamental de defesa dos direitos humanos, divulgou uma nota de repúdio à utilização de seu nome em cena exibida na última segunda-feira em A Regra do Jogo, novela das 21h da Rede Globo.
“A representação equivocada do trabalho de defensores de direitos humanos na novela tem sido explorado de forma irresponsável e contribuindo para criminalizar o mesmo”, diz a Anistia Internacional em comunicado divulgado nesta terça na página oficial do Facebook da organização.
Na cena, o trambiqueiro interpretado pelo ator Alexandre Nero diz estar a serviço da organização ao se apresentar como advogado de direitos humanos na entrada de um presídio de segurança máxima.
Carregando uma bomba, Romero se nega a passar pela revista. “Eu ajudo a comunidade carcerária. Eu sou da Anistia Internacional”, diz o personagem para o policial que controla a entrada no presídio. Sem ser revistado, ele consegue entrar na penitenciária para ajudar na fuga de um traficante internacional.
No comunicado, a organização condena a citação da Anistia por um personagem corrupto mesmo se tratando de uma novela. O personagem de Nero, um ex-vereador, se passa por defensor dos direitos humanos para disfarçar sua atividade como criminoso.
“Embora se trate de uma obra de ficção, a novela ‘A Regra do Jogo’, ao usar o nome da Anistia Internacional – uma organização referência e atuante no país, presta um desserviço à consolidação de uma cultura de direitos humanos na sociedade brasileira”, afirma.
“Nos causou surpresa e indignação a maneira irresponsável que a TV Globo usou o nome da Anistia Internacional para reforçar um estereótipo equivocado sobre o trabalho dos defensores de direitos humanos no Brasil. A ficção, quando se propõe a retratar a realidade, precisa ser mais cuidadosa e capaz de avaliar as consequências nesse momento do país de associar levianamente o tema dos direitos humanos a iniciativas criminosas”, reforçou o diretor executivo da Anistia Internacional, Atila Roque.
A Rede Globo se pronunciou sobre o assunto:
As novelas são obras de ficção sem compromisso com a realidade, como registramos ao final de cada capítulo. Ao recriar livremente situações que podem ocorrer na vida real, a dramaturgia busca apenas tecer o pano de fundo para suas histórias.
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