Argentina se junta a países como Cuba, Peru e Chile e põe fim às restrições para homossexuais doarem sangue. Com a mudança nas regras, passam a ser priorizados o estado de saúde e as condições clínicas do doador, no lugar de sua orientação sexual. No Brasil, gays ainda são considerados pessoas com "comportamento de risco para doenças sexualmente transmissíveis"
Após mais de uma década de campanha da comunidade LGBT, a Argentina revogou a proibição de que gays e bissexuais doem sangue no país.
Com a medida, aprovada na semana passada, nossos vizinhos se juntam a países com o México, Cuba, Peru, Nicarágua e Chile, que baniram as proibições expressas para que homossexuais e bissexuais sejam doadores.
Com a mudança nas regras, passam a ser priorizados o estado de saúde e as condições clínicas do doador, no lugar de sua orientação sexual. No caso do Brasil, os gays são considerados pessoas com “comportamento de risco para doenças sexualmente transmissíveis”. Assim, um homossexual casado há trinta anos, por exemplo, é considerado tão propenso a contrair HIV quanto um heterossexual que faz sexo com múltiplos parceiros e sem camisinha.
No Brasil, portarias do Ministério da Saúde tratam como “inaptos temporários” à doação homens que tiveram relações com outros homens. A medida foi adotada na década de 1980, auge da epidemia de AIDS, e ainda segue vigente. No entanto com testes de HIV cada mais mais modernos e precisos, ativistas afirmam que a exclusão é antiética e sem justificativa científica. De acordo com as regras vigentes, um gay pode ser considerado “apto” para a doação caso fique um ano sem ter relações sexuais.
De acordo com o Ministério da Saúde da Argentina, com o fim da proibição, o sistema nacional de sangue do país se torna mais “seguro, solidário e inclusivo” e coloca fim a uma longa história de discriminação institucional contra a comunidade LGBT.
Em Buenos Aires, o trâmite para doar sangue já havia sido modificado em julho, quando foi eliminado o pedido de dados sobre a identidade de gênero, vida pessoal ou sexual dos doadores.
“É uma grande alegria poder dar esse passo rumo à igualdade e à não-discriminação”, afirmou Esteban Paulon, presidente da Federação Argentina de Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgêneros.
Atualmente, cerca de 50 países proíbem gays de doarem sangue, incluindo os Estados Unidos.
Brasil Post / Huffington Post
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