Benjamin Netanyahu diz que Adolf Hitler não queria exterminar judeus e que Holocausto foi sugestão palestina. Absurda declaração do primeiro-ministro de Israel foi dada durante o 37º Congresso Sionista Mundial em Jerusalém
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou nesta quarta-feira (21/10) que Adolf Hitler foi influenciado a matar judeus pelo grão-mufti de Jerusalém Haj Amin al-Husseini. Segundo o chefe de governo, o plano inicial de Hitler era expulsar os judeus, mas ele teria mudado de ideia e teria sido convencido a exterminá-los após um encontro com o líder palestino.
A polêmica declaração foi dada durante o 37º Congresso Sionista Mundial em Jerusalém, em meio a uma onda de crescente violência entre israelenses e palestinos na Cisjordânia, em Gaza e em Israel, que já deixaram mais de 54 mortos, dos quais, 46 são palestinos.
“Hitler não queria exterminar os judeus naquele momento, ele queria expulsá-los. E Haj Amin al-Husseini foi até Hitler e disse: ‘se você expulsá-los, eles virão todos aqui [à Palestina]”, contou Netanyahu. Segundo o líder israelense, Hitler teria então perguntado: “o que eu deveria fazer com eles?” e o grão-mufti teria respondido: “queime-os”.
Em resposta, o secretário-geral da OLP (Organização para a Libertação da Palestina), Saeb Erekat, afirmou nesta quarta que as declarações de Netanyahu são “moralmente indefensáveis e incendiárias”.
“Netanyahu odeia tanto os palestinos que está disposto a absolver a Hitler do assassinato de seis milhões de judeus”, disse Erekat, acrescentando que o premiê “deveria deixar de usar esta tragédia humana para ganhar pontos para seus objetivos políticos”.
O discurso de Netanyahu também gerou grande comoção e debate nas redes sociais e lembra outro episódio, em 2012, quando o premiê declarou no Knesset (Parlamento de Israel) que Husseini foi “um dos arquiteros que lideraram” o Holocausto.
Segundo o jornal israelense Haaretz, a hipótese de que o líder palestino fora o responsável por iniciar o extermínio de judeus na Europa já havia sido sugerida por alguns historiadores e pesquisadores do Holocausto, mas fora rejeitada pela maioria dos acadêmicos respeitados.
Além disso, mesmo os poucos escritores que levam em consideração o encontro de Husseini com Hitler — que ocorreu de fato em novembro de 1941 com Hitler — estes autores não conseguiram comprovar que a conversa descrita por Netanyahu é realmente verídica.
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