Brilhante Ustra, torturador da ditadura, morre aos 83 anos
Personagem emblemático da repressão durante o regime militar, Brilhante Ustra morre aos 83 anos. Apontado pelo Ministério Público Federal como torturador do Doi-Codi do 2º Exército nos anos 70, o coronel estava relacionado a pelo menos 60 casos de mortes e desaparecimentos em SP
Vítima de complicações decorrentes de um tratamento de câncer, o Coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra morreu nesta madrugada, aos 83 anos. O coronel reformado estava internado em estado gravíssimo na UTI do Hospital Santa Helena, em Brasília.
Ustra foi um dos personagens emblemáticos da repressão durante o regime militar. Apontado pelo Ministério Público Federal como torturador do Doi-Codi do 2º Exército nos anos 70, o coronel comandou o órgão entre 1970 e 1974.
O Dossiê Ditadura, da Comissão de Familiares de Mortos e Desaparecidos Políticos, relaciona Brilhante Ustra com 60 casos de mortes e desaparecimentos em São Paulo.
A Arquidiocese de São Paulo, por meio do projeto Brasil Nunca Mais, também denunciou mais de 500 casos de tortura cometidos dentro das dependências do DOI-Codi no período em que Ustra era o comandante.
Nos porões da ditadura era conhecido pelo codinome “Dr. Tibiriçá”. Ustra era o único militar brasileiro declarado torturador pela Justiça.
Leia também:
Mulher conta o que viveu nas mãos do Cel. Ustra, homenageado por Bolsonaro
Brilhante Ustra, torturador da ditadura, morre aos 83 anos
“Brilhante Ustra era senhor da vida e da morte”
Ex-torturadores enraivecidos clamam contra o governo Dilma e a Comissão da Verdade
Brilhante Ustra: Torturador, sequestrador e agora colunista da Folha