"Estou farta. Não quero mais ficar grávida", diz, entre lágrimas. Mulher que gravou o próprio aborto espontâneo para estimular debate dá depoimento dramático. Depois de cinco abortos, ela decidiu tornar sua experiência pública
“Um dia estava grávida e fazia planos para o futuro, pensando em me tornar uma mãe. De repente, em uma questão de horas, isso já não iria acontecer mais. É desesperador“. O desabafo é da apresentadora e produtora de TV Lisa Francesca Nand, que decidiu criar um documentário para falar sobre os abortos espontâneos. As informações são do Daily Mail.
Após perder cinco bebês, ela resolveu registrar em vídeo sua reação durante um aborto espontâneo, como parte de um documentário, First Heartbeat (“Primeiro Batimento Cardíaco“, em tradução livre). O projeto obteve financiamento coletivo através da plataforma Kickstarter e pretende mostrar porque o problema ocorre, os tratamentos possíveis e o impacto desta perda na vida das pessoas.
A mulher conta que, em um dos abortos que sofreu, voltou para casa com o feto ainda em seu ventre. “Tive que viver uma semana com o bebê morto dentro de mim até que saísse. Depois, sangrei por pelo menos mais seis semanas”.
Em um das cenas de First Heartbeat, o marido de Nand, David fala emocionado de sua espera do lado de fora da sala de cirurgia em um dos abortos sofridos pela mulher. Admite que não teve coragem de acompanhá-la.
Segundo a Associação Britânica de Abortos Espontâneos, uma em cada quatro gestações acaba em aborto espontâneo. Porém, o tema ainda é considerado um tabu em muitas sociedades – e a prática de anunciar a gravidez após a 12ª semana de gestação contribui para isso. Afinal, após esse período, o risco de aborto se torna muito pequeno.
“Comecei a gravar o documentário porque ninguém quer falar sobre isso. Quero que as pessoas saibam que não são as únicas a passar por essa dor, que não estão sozinhas“, conta ela que, apesar das sucessivas perdas, deu à luz a dois filhos: Sebastian e Elliot.
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