A nota oficial do PT sobre a prisão de Delcídio Amaral
Partido dos Trabalhadores nega solidariedade ao senador Delcídio Amaral em nota oficial assinada pelo presidente da sigla, Rui Falcão. Confira a íntegra
Em nota divulgada na tarde desta quarta-feira (25), o presidente nacional do PT, Rui Falcão, nega solidariedade ao senador Delcídio do Amaral (MS), preso na manhã de hoje.
O petista foi preso sob a acusação de tentar obstruir as investigações da Operação Lava Jato. Confira aqui o áudio que o ministro do STF Teori Zavascki usou para justificar a prisão de Delcídio.
Delcídio Amaral foi filiado ao PSDB entre 1998 e 2001. Durante o segundo governo de Fernando Henrique Cardoso, dirigiu o setor de Gás e Energia da Petrobrás, quando trabalhou com Nestor Cerveró e Paulo Roberto Costa, dois dos delatores da Operação Lava Jato. Cerveró era o segundo homem na hierarquia da direção de Gás e Energia, atrás apenas de Delcídio.
Em 2001 migra do PSDB para o PT e é eleito senador pelo partido em 2002.
Veja a íntegra da nota lançada pelo PT nesta quarta-feira sobre a prisão de Delcídio:
NOTA OFICIAL DO PT
O presidente Nacional do PT, perplexo com os fatos que ensejaram a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de ordenar a prisão do Senador Delcídio do Amaral, tem a dizer o seguinte:
1- Nenhuma das tratativas atribuídas ao senador tem qualquer relação com sua atividade partidária, seja como parlamentar ou como simples filiado;
2- Por isso mesmo, o PT não se julga obrigado a qualquer gesto de solidariedade;
3- A presidência do PT convocará, em curto espaço de tempo, reunião da Comissão Executiva Nacional para adotar medidas que a direção partidária julgar cabíveis.
Brasília, 25 de novembro de 2015.
Rui Falcão
Presidente Nacional do PT
O PSOL também publicou uma nota para tratar do episódio. Leia abaixo:
NOTA OFICIAL DO PSOL
As prisões do senador Delcídio do Amaral (PT-MS), líder do governo no Senado, e do banqueiro André Esteves, do banco BTG Pactual, baseiam-se na gravíssima acusação de que agiram para interferir nas investigações da Lava Jato. Trata-se de um escândalo nacional que deve ser apurado e investigado até as últimas consequências, respeitadas as garantias constitucionais.
A denúncia, lastreada em gravações apresentadas pelo relator dos processos da Lava Jato no STF, Teori Zvascki, revelou que o senador Delcídio, em conluio com o banqueiro Esteves, teria oferecido o pagamento de uma mesada de R$ 50 mil e um plano de fuga do país para o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró; tudo para que este não fechasse acordo de delação premiada. O fato é tão grave que, pela primeira vez na história do país, resultou na prisão de um senador em pleno exercício do mandato.
Apoiamos o aprofundamento das investigações, na expectativa de que sejam levadas até o fim, sem qualquer diferenciação entre os acusados, tendo prerrogativa de foro ou não.
Bancada do PSOL na Câmara dos Deputados
Chico Alencar (Líder)
Jean Wyllys (Vice-Líder)
Edmilson Rodrigues
Glauber Braga
Ivan Valente
Brasília, 25 de novembro de 2015.