Juiz Sérgio Moro ressaltou que não há nenhuma prova contra o ex-presidente Lula após a prisão do empresário José Carlos Bumlai. Paulo Okamotto, amigo de Lula há 30 anos, diz que imprensa brasileira força a barra para relacionar nome do ex-metalúrgico em pauta negativa
Na decisão que mandou prender o pecuarista José Carlos Bumlai, colega do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e suspeito de intermediar propinas envolvendo contrato de navio-sonda da Petrobras, o juiz Sérgio Moro ressaltou que não há nenhuma prova contra o ex-presidente petista no empréstimo de R$ 12 milhões do banco Schahin ao pecuarista que – segundo os investigadores e com base em delações dos próprios executivos do banco – teria sido para repassar dinheiro ao PT.
“Não há nenhuma prova de que o ex-presidente da República estivesse de fato envolvido nesses ilícitos, mas o comportamento recorrente do investigado José Carlos Bumlai levanta o natural receio de que o mesmo nome seja de alguma maneira, mas indevidamente, invocado para obstruir ou para interferir na investigação ou na instrução”, aponta o magistrado na decisão.
‘Não era tão próximo’
O presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, afirmou nesta terça-feira 24 que o empresário José Carlos Bumlai, chamado com frequência de “amigo de Lula” pela imprensa brasileira e preso hoje pela 21ª fase da Operação Lava Jato, não era tão próximo assim do ex-presidente.
Okamotto também negou que o pecuarista tivesse “passe livre” no Palácio do Planalto durante o governo Lula, conforme apontaram reportagens e como sugere o nome da nova fase da operação: Passe livre. “O Bumlai frequentava as festas e aniversários, mas não era ‘aquele’ amigo do Lula que todo mundo está falando”, minimizou.
“Isso foi amplamente divulgado pela imprensa mas acho difícil de acreditar. Eu sou mais amigo do Lula do que o Bumlai e precisava me identificar toda vez que ia ao Palácio. Essa história não é crível”, acrescentou o auxiliar do ex-presidente há mais de 30 anos.
Questionado se acha que Lula é o alvo da PF, respondeu: “acho que não. O que a PF está fazendo é investigar. É natural. Cada um sabe o que fez mas a gente não sabe o que as outras pessoas fazem”.
Agência Estado
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