Manobra permite que Paulinho da Força ocupe uma cadeira no Conselho de Ética para julgar pedido de cassação de Eduardo Cunha. “Minha estratégia é segurar Cunha para derrubar Dilma”, adianta o parlamentar
O deputado Wladimir Costa (SD-PA) apresentou nesta terça-feira (10), sua carta de renúncia como membro titular do Conselho de Ética da Câmara. Alegando motivo de saúde, o parlamentar não julgará o pedido de cassação do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB).
De acordo com as regras do Conselho de Ética, os deputados que compõem o colegiado são eleitos e não podem ser substituídos por decisão partidária. A única exceção é quando há renúncia ou morte de um parlamentar. Nesses casos, o partido pode indicar um substituto.
A renúncia, portanto, foi uma manobra para dar lugar ao presidente da legenda, Paulinho da Força (SD-SP), na comissão. Paulinho é aliado fiel Eduardo Cunha e não esconde que se o peemedebista cair “não tem impeachment”.
Paulinho da Força afirma ser estratégica a permanência de Eduardo Cunha na presidência da Câmara: “Nós achamos que ele é a única pessoa que pode iniciar o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Minha estratégia é segurar Cunha para derrubar a Dilma”.
A defesa de Eduardo Cunha sustenta que o dinheiro presente nas contas da Suíça é procedente da venda de carne para países da África na década de 80. O deputado chegou a apresentar dois passaportes que mostram 37 carimbos de entrada no continente africano.
O Conselho de Ética deve se reunir no dia 24 de novembro, quando o relator do processo de Cunha, deputado Fausto Pinato (PRB-SP), deverá apresentar um parecer preliminar apontando se o processo deve ou não continuar.
Se aprovado o parecer pela continuidade, a defesa de Cunha terá até dez dias para entregar as suas alegações. O processo pode durar até 90 dias e resultar em absolvição, censura, suspensão ou até cassação do mandato.
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