Em delação premiada, Nestor Cerveró afirma que senador Delcídio do Amaral recebeu propina de US$ 10 milhões no governo FHC. Na época, Delcídio era diretor de Óleo e Gás da Petrobras
O ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró relatou aos procuradores, na fase de negociação de sua delação premiada, que o senador Delcídio do Amaral recebeu suborno de US$ 10 milhões da multinacional Alstom durante o governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), entre 1999 e 2001.
Durante a gestão de FHC, Nestor Cerveró foi um dos gerentes de Óleo e Gás da Petrobras, sob direção de Delcídio, preso no dia 25. O senador é acusado de tentar obstruir as investigações da Lava Jato ao subornar Cerveró para que seu nome não constasse em delação premiada.
Segundo o relato do ex-diretor da Petrobras, o repasse a Delcídio teria sido feito pelo lobista Afonso Pinto Guimarães, responsável pela francesa Alstom no Rio de Janeiro, durante a compra de turbinas para a TermoRio, inaugurada em 2006.
A Petrobras tinha pressa em construir termoelétricas por causa da alta demanda de energia e do apagão que ocorreu durante o período.
O relato do suposto suborno pago a Delcídio pela Alstom estará em um dos 36 anexos da delação do ex-diretor –cada um deles trata de um caso específico de propina.
Cerveró confirmou que ele próprio recebeu suborno da Alstom na compra das turbinas, em uma conta na Suíça. Para se livrar de um processo criminal naquele país, o ex-diretor fez um acordo com procuradores suíços.
O valor da propina e a multa que Cerveró pagou às autoridades suíças são mantidos sob sigilo.
A Alstom é alvo de uma série de investigações em São Paulo, sob suspeita de ter pagado propina em contratos com o Metrô, CPTM e empresa de energia do governo de São Paulo, sempre em governos tucanos.
A empresa nega sistematicamente o uso de suborno para obter contratos e diz seguir um rígido código de ética.
Cerveró já antecipou aos procuradores que tinha uma relação de intimidade com Delcídio.
Segundo o ex-diretor, sem o apoio de Delcídio ele não teria sido escolhido para atuar como gerente na diretoria de Óleo e Gás nem para ocupar o cargo de diretor da área Internacional da estatal.
com informações de Folhapress
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