Polícia Federal cumpre mandados de busca na casa de Eduardo Cunha. O celular do presidente da Câmara foi apreendido e um chaveiro foi chamado para abrir um cofre em sua residência oficial, mas nada foi encontrado. Nova fase da Lava Jato chama-se Operação Catilinárias – referência à tentativa de golpe em Roma
A Polícia Federal apreendeu nesta terça-feira, 15, o celular do presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). O parlamentar foi alvo de busca e apreensão na Operação Catilinárias, deflagrada pela manhã.
Um chaveiro foi chamado para abrir um cofre na residência oficial de Cunha, em Brasília, mas nada foi encontrado. O presidente da Câmara estava na residência quando a PF chegou para fazer as buscas. Segundo um de seus advogados, Eduardo Cunha estava ‘tranquilo’ e só se irritou com o ruído incessante dos helicópteros de TV, que desde muito cedo sobrevoavam o local.
Foram alvos de ação de busca e apreensão dois atuais ministros de Dilma: Celso Pansera (Ciência e Tecnologia) e Henrique Eduardo Alves (Turismo).
A operação da PF tem outros alvos: os senadores Edison Lobão (PMDB-MA) e Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE), os deputados Anibal Gomes (PMDB-CE) e Áureo Lídio (SD-RJ), o prefeito de Nova Iguaçu, Nelson Bornier (PMDB-RJ), o ex-vice-presidente da Caixa Econômica Federal, Fábio Cleto (aliado de Cunha e exonerado na semana passada pela presidente Dilma), Aldo Guedes – ex-sócio de Eduardo Campos -, Lúcio Bolonha Funaro – delator do Mensalão -, Altair Alves Pinto – emissário de propina de Cunha, segundo os investigadores – e o ex-presidente da Transpetro Sergio Machado.
A Catilinárias cumpre ao todo 53 mandados de busca e apreensão – na Câmara dos Deputados, sede do PMDB em Alagoas, na residência dos investigados, endereços funcionais, sedes de empresas, escritórios de advocacia e órgãos públicos – expedidos pelo STF, referentes a sete processos instaurados a partir de investigações da Lava Jato. Os mandados, expedidos pelo ministro Teori Zavascki, estão sendo cumpridos no Distrito Federal (9), em São Paulo (15), no Rio (14), no Pará (6), em Pernambuco (4), em Alagoas (2), no Ceará (2) e no Rio Grande do norte (1).
CATILINÁRIAS
Nome da nova fase da operação Lava Jato, “Catilinárias” são uma série de quatro discursos que Cícero, o cônsul romano Marco Túlio Cícero, proferiu no Senado romano.
Os textos de Cícero referem-se a Lúcio Catilina, que teria comandado uma revolução para dissolver o Senado e tomar o poder em Roma em 63 a.C.. Uma das frases mais conhecidas do discurso é a seguinte: “até quando, Catilina, abusarás da nossa paciência?”.
Segundo registros históricos, na noite de 6 para 7 de novembro de 63 a.C., Catilina reuniu dirigentes da conspiração para tomarem as últimas decisões antes de uma nova tentativa de golpe em Roma.
Ao saber disso, Cícero teria decidido convocar o Senado. Na reunião, o cônsul teria ficado indignado com a presença de Catilina e acusou-o através do primeiro da série de discursos, que veio a ser conhecida como “Catilinárias”. A fala de Cícero teria convencido o Senado de uma possível conspiração de Catilina.
Em dezembro, após o quarto discurso de Cícero e já condenado à morte, Catilina recusou-se a entregar-se. Em janeiro de 62 a.C., Catilina foi morto em um campo de batalha.
informações de Agência Estado, EBC e Folhapress
Acompanhe Pragmatismo Político no Twitter e no Facebook