Religiosos pressionam e ‘Azul é a cor mais quente’ sai de circulação na França
Por pressão de religiosos, Justiça francesa retira de circulação filme 'Azul é a cor mais quente'. Tribunal disse que cenas de sexo entre mulheres podem 'ferir a sensibilidade do público jovem'
O Tribunal Administrativo de Paris retirou de circulação nesta quarta-feira (09/12) o filme “Azul é a cor mais quente”, do diretor tunisiano Abdellatif Kechiche, após a associação Promouvoir, de orientação ultracatólica, entrar na Justiça no ano passado.
A organização criticava a então indicação oficial da produção, que pode ser vista por pessoas a partir de 12 anos.
O tribunal afirmou que as “sequências de sexo entre duas mulheres jovens apresentadas de maneira realista” podem “ferir a sensibilidade do público jovem”. Segundo a decisão, o filme está suspenso na França enquanto a classificação não for elevada.
De acordo com o tribunal, a classificação de 12 anos foi resultado de um “erro de apreciação” do Ministério da Cultura e a ministra da pasta, Fleur Pellerin, deve conceder uma classificação mais elevada à película nos próximos dois meses. O Ministério da Cultura anunciou que irá apresentar um recurso ao Conselho de Estado, última instância da jurisdição administrativa da França.
O filme estreou nos cinemas franceses em 2013, mesmo ano em que foi o vencedor da Palma de Ouro, prêmio máximo do Festival de Cannes. A história narra a relação de amor entre duas jovens, Emma e Adèle (interpretadas pelas atrizes Léa Seydoux e Adèle Exarchopoulos, respectivamente), e mostra cenas explícitas de sexo entre elas.