Mulheres de New Orleans — uma das cidades mais carnavalescas do mundo — foram apresentadas à Globeleza brasileira. Confira a reação delas
A revista Azmina – para mulheres de A a Z esteve nas ruas de New Orleans (EUA) na última semana para mostrar a algumas mulheres a propaganda da ‘Mulata Globeleza’ — personagem promovida pela Rede Globo no período de carnaval que consiste numa passista sambando nua com o corpo parcialmente pintado com purpurina, ao som da música-tema da emissora, numa vinheta exibida ao longo da programação diária.
A reação das mulheres de New Orleans, uma das cidades mais carnavalescas do mundo, você pode assistir abaixo:
Nas redes sociais, o conteúdo dividiu opiniões. Enquanto alguns internautas exaltaram a rejeição das entrevistadas diante da objetificação da mulher negra, outros lembraram que esta não é uma característica exclusivamente brasileira.
“Boa reportagem, mas pera lá: dá uma zapeada na cultura hip-hop americana e você verá majoritariamente mulheres negras semi-nuas exibindo suas booties enormes, sempre no papel de objeto. Quando é no dos outros, é refresco“, publicou um internauta.
Outra internauta demonstrou sua repulsa à “Globeleza brasileira”, mas com ressalvas à hipocrisia americana.
“Acho esse negócio de ‘Globeleza’ um nojo! Não passa de uma demonstração clara de machismo e sexualização da mulher negra ao extremo e não consigo entender como em 2016 ainda permitem uma mulher completamente nua rebolando a bunda na tv aberta. Mas vamos combinar que o vídeo também não passa de uma demonstração clara da boa e velha hipocrisia americana. No Mardi Gras (o carnaval estadunidense) as mulheres mostram os seios no meio da rua para estranhos, em troca de colares de plástico! E depois aquela que conseguir mais colares fica ostentando esses ‘prêmios valiosíssimos‘”, lembrou.
Será que o Brasil ainda engatinha no que diz respeito à conscientização sobre o machismo e os direitos das mulheres? É o que pensa uma internauta:
“Adorei como elas entenderam logo de cara o machismo por trás disso tudo. É triste como aqui no Brasil, com 3/4 anos de idade já aceitamos mulheres nuas dançando na televisão aberta com a maior naturalidade do mundo“, escreveu.
Por fim, um usuário destaca que há diferença entre uma mulher nua rebolando em TV aberta e situações de nudismo em locais contextualizados.
“Vejo grande diferença entre a nudez natural de uma pessoa que se sente bem resolvida com seu corpo, em outros contextos, como em uma praia de nudismo ou em locais onde todos estão compartilhando desse ideal. Mas, em tv aberta, uma mulher nua e rebolando, é objetificação para agradar o visual masculino. E se agrava mais por ser ela negra, que carrega um estigma de erotização maior na história do país. Enganados estão os que pensam que a libertação sexual e física da mulher passa por comportamento de satisfazer homens. Mulher erotizada é vitória do patriarcado“, desabafa.
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