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Moradora ataca vizinha a facadas: “Preto no meu prédio, não!”

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Moradora de Ipanema ataca vizinha a facadas: ‘Preto no meu prédio, não’. Vítima passou por duas cirurgias para reparar lesões sofridas e ficou uma semana internada no hospital

Claudia da Silva Chaves foi atacada por vizinha e precisou passar por cirurgia. Marcas de sangue ficaram no chão do apartamento

A empresária Claudia da Silva Chaves denuncia um episódio de racismo e lesão corporal que sofreu no prédio em que mora em Ipanema, na zona sul do Rio de Janeiro. Segundo a empresária, ela foi esfaqueada por uma vizinha enquanto também era xingada com expressões racistas. As informações são do jornal Extra.

Claudia afirma que a vizinha, apesar de morar no apartamento de baixo, subia um andar para colocar o lixo na porta dela. Em todas as vezes em que isso aconteceu, a empresária retirou o lixo em silêncio e jogou na lixeira, até que um dia decidiu que não mais aceitaria a falta de educação e/ou provocação.

“Pela primeira vez eu devolvi na porta dela, porque até então eu sempre coloquei na lixeira”, disse Claudia.

A atitude de Claudia gerou uma discussão. Depois da briga, a vizinha desceu correndo até o apartamento em que mora, pegou uma faca e retornou para atacar a empresária. Ainda na escada, Claudia levou o primeiro golpe.

“Quando ela veio com a faca, ela disse isso: ‘preto no meu prédio, não!‘. Mas ela já tinha destratado outras pessoas. Uma vez eu vi, logo que me mudei pra cá, era um rapaz que entrega água há anos, desde que eu moro aqui em Ipanema. Ela chamou ele de macaco pela janela, e nem sabia que eu morava aqui em cima dela e que eu era negra”, conta Claudia.

Claudia diz que a intenção da moradora era matá-la. “Ela queria dar uma facada no meu pescoço, na realidade. Eu que coloquei a mão pra me defender e deu no que deu”.

“Não dá pra tratar essa senhora como louca, é uma sociopata. Doido não discute e volta para a casa dos outros com faca”, completa Claudia.

Uma amiga que estava junto com a empresária no apartamento tentou apartar a briga e também foi agredida: a vizinha jogou um armário contra as duas. Para fugir das agressões, elas correram para a rua e chamaram a polícia.

Claudia ficou internada no Hospital Municipal Miguel Couto, porque o ferimento atingiu o tendão e ela teve que passar por duas cirurgias. A vizinha que agrediu a empresária registrou uma ocorrência na delegacia do Leblon (14ª DP). No registro, ela alega que que foi agredida. Na sua versão, ela conta que Claudia e a amiga desceram as escadas, invadiram a casa com uma arma, e que, como ela fez artes marciais, conseguiu desarmá-las.

Confira trecho do depoimento de Claudia na Delegacia:

“Às vezes, a gente desce e a lixeira está cheia, e todo mundo deixa fora. Mas ela sempre pega e põe na minha porta, até o que não é meu. No dia 1º, quando vi que tinha acontecido de novo, pela primeira vez coloquei de volta na porta dela, estava cansada daquilo. Logo depois, começamos a discutir. Ela acabou pegando um facão enorme e veio pra dentro da minha casa. Logo que me mudei pra cá, ela já tinha chamado um entregador de água de macaco. Na verdade, essas pessoas são dignas de pena, porque é sinônimo de ignorância. Tanto que nunca dei confiança pra esse tipo de coisa, eu sou mais que isso. Fico até chateada com esse sensacionalismo sobre racismo, acaba desviando a atenção da violência maior que está no mundo. Mas fiquei de saco cheio de ser sempre essa mesma história.”

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