Obama volta a pedir fim do bloqueio econômico a Cuba
Obama já havia solicitado ao Congresso o fim da medida durante discurso na ONU, no final do ano passado, quando, pela primeira vez na Assembleia Geral, o líder cubano Raúl Castro denunciou os impactos sofridos por causa do bloqueio
O presidente dos EUA, Barack Obama, em seu último discurso do Estado da União, na terça-feira à noite (12/01), pediu ao Congresso que acabe com o bloqueio econômico e financeiro imposto à ilha comunista: “os cinquenta anos isolando Cuba falhou em promover a democracia, nos atrasou na América Latina. Por isso restauramos as relações diplomáticas, abrimos as portas para o turismo, nos colocamos de maneira a melhorar as vidas dos cubanos“, disse o mandatário.
Obama já havia solicitado ao Congresso o fim da medida durante discurso na ONU, no final do ano passado, quando, pela primeira vez na Assembleia Geral, o líder cubano Raúl Castro denunciou os impactos sofridos por causa do bloqueio, em vigor desde desde 1962, e que só pode ser suspenso por ação do Congresso norte-americano, com maioria republicana.
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Com relação a uma de suas promessas de campanha ainda não cumpridas, o líder norte-americano também ressaltou a importância de se fechar a prisão da base naval de Guantánamo.
Ainda sobre questões da política exterior, Obama reforçou que as Forças Armadas norte-americanas são uma das melhores do mundo e criticou comentários que, segundo ele, acabam por enaltecer os esforços de grupos extremistas, em especial o Estado Islâmico. “Enquanto focamos em destruir o EI, alegações exageradas que dizem que esta é a Terceira Guerra Mundial são somente favoráveis a eles“. E destacou os casos de violência em território norte-americano: “Militantes nas traseiras de caminhões, almas tortas que planejam ataques em apartamentos e garagens, são um enorme perigo a civis, devem ser detidos, mas não ameaçam nossa existência como nação”, argumentou.
Política norte-americana
Obama classificou a polarização entre partidos no país como um de seus maiores arrependimentos como chefe de governo do país e pediu à população uma reforma política: “este é um dos maiores arrependimentos da minha presidência — que o rancor e a desconfiança entre partidos piorou ao invés de melhorar”, disse.
Ele chegou a dizer, ainda, que vai tentar desfazer essa polarização enquanto for presidente. “Mas meus companheiros norte-americanos, esta não pode ser uma tarefa só minha — ou somente de qualquer outro presidente”, argumentou. “Isto significa que se quisermos uma política melhor — e agora eu me dirijo ao povo norte-americano — não é suficiente apenas mudar um congressista ou um senador ou até o presidente. Nós temos que mudar o sistema para que ele reflita o melhor de nós mesmos”.
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Para a reforma política, Obama sugeriu, por exemplo, o fim da prática de congressistas escolherem seus distritos, visto que é uma prática em que “os políticos escolhem seus eleitores e não ao contrário”.
“Mudanças no nosso processo político — não apenas em quem é eleito, mas em como é eleito — só vão acontecer quando o povo demandar. Depende de vocês. É isto que significa um governo do, pelo e para o povo”, reforçou o presidente.
Ele ainda afirmou que sabe que o que está sugerindo é difícil, “mas se desistirmos agora estaremos abandonando um futuro melhor”.