Papa Francisco contraria os “cidadãos de bem” que defendem a tese do “bandido bom é bandido morto”. Pontífice pediu uma proibição mundial da pena de morte: “O mandamento Não Matarás se aplica a inocentes e culpados”
O papa Francisco pediu neste domingo (21) para uma proibição mundial da pena de morte, afirmando que o mandamento “Não Matarás” é válido tanto para os culpados quanto para os inocentes.
“Eu apelo à consciência daqueles que governam para que se chegue a um consenso internacional que leve à abolição da pena de morte”, disse o papa a dezenas de milhares de pessoas reunidas na praça São Pedro.
Usando algumas palavras fortes contra a punição capital, Francisco ainda conclamou políticos católicos de todo o planeta a “darem um exemplo corajoso” para a interrupção de qualquer execução durante o Jubileu da Misericórdia, que se encerra em novembro.
“O mandamento ‘Não Matarás’ tem valor absoluto e se aplica tanto para o inocente quanto ao culpado”, afirmou Francisco ao fiéis presentes. O papa adicionou que há agora “uma oposição crescente contra a pena de morte até mesmo em legítima defesa da sociedade”.
“Eficiência reprime o crime sem definitivamente negar à pessoa que o cometeu a possibilidade de se reabilitar”, concluiu Francisco.
Os comentários do papa aconteceram às vésperas de uma conferência em Roma que começou nesta segunda-feira (22), e que trata de paz e Justiça no mundo todo.
Por séculos, a Igreja Católica os seus 1,2 bilhão de membros aceitaram a pena de morte em casos extremos, mas a posição começou a mudar a partir do papado de João Paulo II, que morreu em 2005.
Em sua visita recente ao México, o papa Francisco pediu melhores condições nas prisões que visitou no país. No passado, ele já defendeu que “até mesmo aos criminosos mais perigosos” deve ser dada a oportunidade de se regenerar.
Leia também:
“Pena de morte é fracasso do Estado de Direito”, diz Papa Francisco
A pena de morte e a fé na hipocrisia
Uma lembrança de Dostoiévski sobre a pena de morte
“Todos os cristãos e homens de boa fé estão convocados para trabalharem não só na abolição da pena de morte, mas também na melhora das condições das cadeias, respeitando a dignidade humana das pessoas que tiveram a sua liberdade retirada”, comentou.
HuffPost Brasil
Acompanhe Pragmatismo Político no Twitter e no Facebook