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“Japonês da Lava Jato” é tietado por Bolsonaro e outros deputados

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Em visita à Câmara dos Deputados, 'japonês da Lava Jato' vira centro das atenções e é tietado por parlamentares. Newton Ishii é suspeito de vender informações da Lava Jato para revistas e já foi expulso da Polícia Federal acusado de corrupção e de integrar uma quadrilha de contrabandistas

Japonês da Federal foi tietado por deputados durante passagem pela Câmara. Agente, que já foi expulso da corporação, é acusado de vazar informações para revistas semanais

O agente da Polícia Federal Newton Ishii virou, nesta quarta-feira (17), o centro das atenções no plenário da Câmara dos Deputados.

Em visita surpresa, o “japonês da Federal” foi tietado por deputados, que tiraram fotos e fizeram selfies ao seu lado, mas evitou dar declarações ou reagir a piadas.

Diferentemente das várias vezes em que aparece em fotos e filmagens da imprensa conduzindo presos da Operação Lava Jato em Curitiba, dessa vez Ishii não estava com o uniforme da PF, mas de terno e gravata.

No plenário ele cruzou e foi abordado de forma calorosa por por alguns deputados, dentre os quais Jair Bolsonaro (PP-RJ). O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), um dos principais investigados no esquema de corrupção da Petrobras, não estava no plenário durante a passagem de Ishii.

Diante da pergunta sobre se considerava sua presença intimidatória para deputados, Ishii se limitou a dizer: “Não, estou aqui como cidadão”.

O agente está em Brasília para participar da posse da diretoria da Federação Nacional dos Policiais Federais foi levado à Câmara pelo deputado Aluisio Mendes (PTN-MA), que fez carreira na área de segurança pública.

Carreira conturbada

Funcionário da corporação desde 1976, Ishii foi expulso da PF em 2003, acusado de corrupção e de integrar uma quadrilha de contrabandistas. Desde então, o agente já foi reintegrado, com “confiança da direção da PF”, mas ainda seguiria respondendo processos criminais, civis e uma sindicância.

Vazamentos

O áudio da conversa entre o senador Delcídio Amaral (PT-MS), o filho de Nestor Cerveró, Bernardo Cerveró, e o advogado Edson Ribeiro menciona a existência de um carcereiro da Polícia Federal que seria responsável por vazar informações sigilosas das investigações da Lava Jato para a imprensa e cobrar pelo “serviço”.

Na época da prisão de Delcídio, ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) ficaram intrigados com o fato de a delação de Cerveró ter ido parar nas mãos do banqueiro André Esteves, preso junto com Delcídio Edson Ribeiro.

Relembre trecho do áudio vazado:

DELCÍDIO: Alguém pegou isso aí e deve ter reproduzido. Agora quem fez isso é que a gente não sabe.
EDSON: É o japonês. Se for alguém é o japonês.
DIOGO: É o japonês bonzinho.
DELCÍDIO: O japonês bonzinho?
EDSON: É. Ele vende as informações para as revistas.
BERNARDO: É, é.
DELCÍDIO: É. Aquele cara é o cara da carceragem, ele que controla a carceragem.
BERNARDO: Sim, sim.

DELCÍDIO: Quem que é Newton?
BERNARDO: É o japonês.
EDSON: E o Youssef, só os dois. [vozes sobrepostas] O Sérgio, porque o Sérgio traiu…
BERNARDO: Sim. Ele fez o jogo do MP, assinou. Tá..tá
(…)
EDSON: Quem é que poderia levar isso pro André?
BERNARDO: Eu acho que é carcereiro. O cara dá 50 mil aí pra você.

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