Todos os dias, milhões de mulheres enfrentam abusos e violências, em silêncio e sozinhas. Mas, graças as redes sociais, nunca se falou tanto sobre o tema
Todos os dias, milhões de mulheres enfrentam abusos e violências, em silêncio e sozinhas. Afinal, foi criado no inconsciente coletivo que somos o ~sexo frágil~ e devemos aguentar caladas tudo o que nos é imposto.
Mas graças as redes sociais, nunca se falou tanto em feminismo, principalmente no formato de compartilhamento de experiências pessoais. Somente no ano de 2015 tivemos duas hashtags importantes – e dolorosas – para a causa: #MeuPrimeiroAssédio e #MeuAmigoSecreto.
Por isso, para lembrar os dias de ativismo pela eliminação da violência contra as mulheres, separamos sete “pequenas” violências que mulheres sofrem todos os dias:
1) Cantadas
Aparentemente, a única coisa que impede os homens de passarem uma cantada é a presença de outro homem – no caso, o pai ou namorado. Às vezes, nem isso. Não importa a idade ou a roupa, para esses caras o importante é expressar seu instinto macho-alfa (porque a gente realmente vive em uma grande selva de pedra, não é mesmo?) e ai de você se responder! Afinal, quem você pensa que é se não o “objeto de elogio“?
Isso em qualquer planeta, tá?
2) Assédio no transporte público
Uma coisa é ter que desafiar a lei de Newton de que dois corpos não ocupam o mesmo lugar, enquanto usuárias de qualquer transporte público. Outra é ter que aguentar homens se aproveitando da situação para:
( ) encoxar
( ) olhar para dentro do decote
( ) tirar foto por baixo da saia
(x) todas as anteriores (sem reclamar, de preferência)
Sabe o que é pior? Muitas vezes, aguentar em silêncio por medo da reação do abusador – geralmente, corroborada pela maioria das pessoas no recinto -, enquanto a nossa vontade é apenas essa:
3) Respostas grosseiras
“Você está louca?”
“Quem pediu foi você!”
“Isso é coisa da sua cabeça!”
“Não tá vendo que o ônibus/metrô tá cheio? Quer conforto, vai de táxi!”
“Usando essa roupa, não tem como não olhar, né?”
Entre tantos outros xingamentos que preferimos não reproduzir aqui por motivos de: já temos que ouvir isso sem precisar.
4) Assédio moral
Podemos começar em desigualdade salarial e deste ponto em diante é só ladeira abaixo.
Muitas mulheres têm sua capacidade profissional questionada de acordo com a aparência física, ou têm medo de engravidar porque já ouviram d@ chefe que não ia admitir funcionária grávida, pois só dá gasto e nenhum retorno. Algumas buscam se masculinizar para serem mais aceitas no ambiente de trabalho. E nem vamos falar do drama da vestimenta…
Quantas já choraram, trancadas e escondidas, no banheiro?
5) Piadas de mau gosto
Aparentemente, o fato de ser mulher é algo muito engraçado por si só. Da nossa menstruação a quem escolhemos transar – sem esquecer da aparência física, claro -, as piadas e os estereótipos criados são aquele tipo de coisa que ouvimos durante o horário de almoço com os colegas de trabalho e temos que responder com um sorriso amarelo. Ou TODA a vez que ouvimos a frase “tinha que ser mulher mesmo” de algum parente ou amigo querido.
6) Gaslighting
O termo não é tão comum aqui no Brasil, mas, basicamente, é toda a vez que alguém (neste caso, um relacionamento abusivo) coloca em xeque a sua sanidade mental.
Exemplo simples: quando seu/sua companheir@ fala que vai fazer uma coisa, faz totalmente o oposto e quando você vai reclamar, diz que é coisa da sua cabeça, pois é claro que el@ não falou isso.
Por mais besta que este exemplo pareça e a sua cara fique assim toda vez que te fazem achar que é louca…
7) Autojulgamento
Essa violência, na verdade, é um conjunto de todas as outras e muito mais. Você pode observar o efeito dela na sua vida toda vez que pensa mil vezes em usar uma roupa por medo que mexam com você na rua, ou que talvez ela te deixe gorda, ou magra, ou destaque uma parte do seu corpo que alguém disse que não é legal. Também quando você se questiona se deve ou não fazer algo pelo o que os outros podem falar e tantos outros atos, aparentemente, bobos, mas que vão minando sua confiança e autoestima.
Vamos, por favor, parar de fazer isso com nós mesmas?
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Luciana Teixeira, MdeMulher
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