Depois de atacar uma manifestação em defesa da democracia na última semana, estudantes do Mackenzie imitam neonazistas europeus durante ato pró-impeachment
Estudantes da Universidade Mackenzie realizaram, na noite desta segunda-feira, 28, um ato em defesa do impeachment da presidente Dilma Rousseff.
Em cima de um caminhão de som, os alunos atacaram o Partido dos Trabalhadores, o ex-presidente Lula e elogiaram o juiz Sergio Moro — responsável pela condução da Operação Lava Jato.
O discurso de ódio do ato também chamou a atenção. Foram vistos cartazes que pediam o ‘fim da islamização’ e o fechamento de fronteiras no Brasil, numa retórica que se aproxima à dos neonazistas da Europa.
Confusão
Na última semana, estudantes que faziam um protesto contra o golpe foram duramente reprimidos por alunos que se autodenominam ‘de direita’. Aos gritos de “mortadela” e “o PT ladrão acabou”, os jovens tentaram tumultuar o ato em defesa da democracia.
Houve reação. “Fascistas, fascistas”, gritaram os manifestantes contra o golpe.
Batalha da Maria Antonia
Em 3 de outubro de 1968, estudantes da Universidade Mackenzie e da Faculdade de Filosofia da Universidade de São Paulo (USP) entraram em confronto na Rua Maria Antonia, onde ficavam as duas instituições.
A “batalha da Maria Antonia” teve início devido a um pedágio cobrado pelos alunos da USP para levantar fundos para o 30° Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE). Parte dos alunos da Mackenzie era simpatizante do regime militar, sendo que alguns deles eram integrantes do Comando de Caça aos Comunistas (CCC).
A Rua Maria Antonia transformou-se em uma verdadeira zona de guerra: a fachada do prédio da USP foi destruída, houve focos de incêndio e dezenas de feridos. Um estudante secundarista, José Guimarães, morreu atingido por um tiro na cabeça.
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