"Perdi a conta de quantas vezes me disseram que eu não poderia ter um parto normal". Mariana Ferrão publica relato sobre a experiência de ter dado à luz ao seu segundo filho, João, em um parto normal. Apresentadora chama a atenção para os questionamentos que as pessoas faziam ao saber que ela não optaria pela cesárea
A apresentadora Mariana Ferrão deu à luz João, seu segundo filho, na última quinta-feira (25). A novidade foi anunciada pelo também apresentador Fernando Rocha, com quem Mariana divide o comando do Bem Estar, na Rede Globo.
Ela faz parte de um grupo de mulheres que é frequentemente induzido a optar pela opção da cirurgia durante a gravidez, mas conseguiu quebrar o protocolo da “cultura da cesárea” e ter a experiência do parto natural e transformá-lo em uma experiência saudável para ela e para o bebê.
Mariana inicia seu texto com um desabafo. Ela chama atenção para os questionamentos que as pessoas faziam ao saber que a escolha para a sua segunda gravidez foi pelo parto normal e não a cesárea:
“Perdi a conta de quantas vezes me disseram que eu não poderia ter um parto normal. ‘O primeiro foi normal? Não, foi cesárea. Ah, então o segundo também vai ser. Por que você não marca logo?’. Quanta gente falando a mesma coisa.”
E continua:
“No final, cansei de ser sincera. Já tava falando pra todo mundo que o Miguel tinha nascido de parto normal também. A única forma das pessoas concordarem que o João ia ser assim e pararem de dar palpite sobre meu parto.”
Segundo os dados da pesquisa Nascer no Brasil, realizada pela FioCruz, 52% dos nascimentos na rede pública é por via cirúrgica. Na rede privada, os índices são ainda maiores chegam aos 88%.
Mas porquê algo que é natural gera tanta preocupação para as pessoas?
“Quando a mulher passa por um parto cesariano, o útero é cortado e depois costurado. Durante as contrações, o útero pode se romper e causar hemorragia interna“, explica o obstetra Luiz Fernando Leite em entrevista ao site Bebê.
No entanto, em declaração oficial, Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que as cesáreas sejam realizadas apenas quando forem “medicalmente necessárias”, e lamenta a “epidemia” de cirurgias de parto que acontece em várias regiões do mundo, inclusive no Brasil.
De acordo com a organização, o VBCA (vaginal birth after cesarean, em inglês) ou PNAC (parto normal após cesárea), é indicado porque, embora apresente riscos (menos de 0,05% ), eles ainda são menores do que aqueles de submeter a mulher a uma segunda cirurgia.
Mariana Ferrão, em seu post, ainda explica porque quis tanto um parto normal:
–
O caso da apresentadora só foi possível, primeiro, devido a desconstrução que ela teve como mulher grávida a respeito de todos os mitos que circundam a gravidez e o parto normal.
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Depois, ela contou com todo apoio e infraestrutura necessária para que ela pudesse viver essa experiência com segurança para ela e para o bebê.
Ana Beatriz Rosa, HuffPost Brasil
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