Documento que supostamente traz a delação de Delcídio do Amaral tem citações a Aécio Neves. Há poucos dias, o senador mineiro expressava “repúdio e indignação” e afirmava que chegamos ao “fundo do poço” diante da matéria da IstoÉ que mencionava Lula e Dilma no mesmo documento. E agora, o que o tucano tem a dizer?
Depois de ser citado por vários delatores da Lava Jato, como o doleiro Alberto Yousseff e o transportador de valores Carlos Alexandre Rocha, o Ceará, como responsável por um esquema de propinas em Furnas e também como o ‘mais chato’ cobrador de recursos da UTC, Aécio Neves (PSDB-MG) aparece em mais uma suposta delação: a do senador Delcídio Amaral (PT-MS).
As informações foram publicadas pelo jornal Folha de S.Paulo nesta quarta-feira. Questionado sobre as supostas declarações de Delcídio, disse que não iria comentar pela falta de “informação concreta”.
Há poucos dias, o senador mineiro expressava “repúdio e indignação” e afirmava que chegamos ao “fundo do poço” diante da matéria da IstoÉ que mencionava Lula e Dilma no mesmo documento.
Em seguida, Aécio Neves comemorou a ação da Operação Lava Jato na casa de Lula, quando o ex-presidente foi levado em condução coercitiva para prestar depoimento em Congonhas.
Em texto publicado no DCM, o jornalista Paulo Nogueira questiona o que Aécio tem a dizer após aparecer na suposta delação de Delcídio e sugere que o senador mineiro não tem cacife para se comportar como um paladino da ética.
“Como será a reação deste [Aécio] que é um dos campeões em citações de delatores, um dos quais disse que ele é o mais chato cobrador de propinas? Tudo isso não o impede de falar em corrupção como se fosse Mujica ou o Papa Francisco”, escreve Nogueira.
“Aécio não hesita em atirar pedras quando a imprensa amiga, por meio de vazamentos da Lava Jato, menciona Lula, Dilma e o PT. Saca a pistola como se fosse Billy the Kid. Mas e quando, como agora, é seu nome que circula na lama? Aí então deve-se ter “extremo cuidado” com acusações que sequer foram averiguadas”, afirma.
“É uma das aberrações nacionais que Aécio encontre espaço em jornais e revistas de magnatas amigos para falar em corrupção depois de fazer uma pista de aeroporto particular com dinheiro público, se recusar a enfrentar um teste de bafômetro numa noite bêbada, investir recursos do contribuinte em suas rádios e transformar Furnas num cofre para sua conta bancária”, conclui.
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