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Eduardo Cunha é confortado pela esposa: “Calma. Deus sempre no controle!”

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"Calma. Deus sempre no controle. Ele move. Ele põe. Ele tira. Ele faz. Confia no senhor. Mesmo que o vento esteja ao contrário ele não te abandonou". Eduardo Cunha recebe o apoio da esposa, da filha e de advogados após decisão do STF que o transforma em réu na Lava Jato

Cláudia Cruz e Eduardo Cunha na Câmara (Imagem: UESLEI MARCELINO (REUTERS)

Minutos depois de a maioria dos ministros do STF votar a favor de tornar réu o deputado Eduardo Cunha, sua mulher, a apresentadora Cláudia Cruz, tentou tranquilizá-lo com mensagens de texto. Cunha também trocou torpedos com uma das filhas, Camila, e com seus advogados.

A mulher mandou mensagens religiosas, tentando confortar Cunha. “Calma. Deus sempre no controle. Ele move. Ele põe. Ele tira. Ele faz”, escreveu ela. Depois, pediu: “Confia no senhor mesmo que o vento esteja ao contrário ele não te abandonou (sic)”. A filha perguntou como o pai estava e recebeu como resposta: “Tranq filha (sic)”.

Com os advogados, Cunha ressaltou ter previsto na véspera que o recebimento da denúncia do Ministério Público Federal contra ele seria “parcial”, ou seja, que os ministros fariam restrições à peça do MPF.

Nas entrevistas, Cunha tentou usar a seu favor uma minúcia do voto do ministro Teori Zavascki para argumentar que não poderá ser afastado do cargo. Alegou que, como a Corte não aceitou paralisar o seu processo por ele fazer parte da linha sucessória da Presidência da República, não poderá afastá-lo do cargo usando esse mesmo argumento.

Fieis escudeiros

Entre os que não deixaram Eduardo Cunha sozinho em nenhum momento durante o julgamento do STF nesta quarta-feira (2) estavam o líder do PTB, Jovair Arantes (GO), os peemedebistas Hugo Motta, Carlos Marun e Lúcio Vieira Lima, e os oposicionistas Rodrigo Maia (DEM-RJ) e Wladimir Costa (SD-PA).

Nas conversas com os aliados, Cunha avaliou que o fato de Teori Zavascki ter rejeitado parte das acusações pode ajudá-lo na tentativa de mostrar que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, se excede nas acusações.

Para os aliados de Cunha, o revés no STF não provoca uma mudança imediata na correlação de forças na Casa. Eles avaliam que o recebimento da denúncia já estava “precificado” desde que o presidente da Casa foi abandonado por PT e PSDB.

Apesar disso, alguns manifestam preocupação com o processo no Conselho de Ética. Eles afirmam que, caso o processo de cassação avance, poderá haver uma debandada. Os opositores de Cunha, por sua vez, falam em aumentar a pressão para que ele deixe a função, e em trabalhar para que o Conselho consiga dar celeridade aos trabalhos.

informações de EBC e O Globo