Família de foto com a babá e as crianças nas manifestações rebate críticas
Foto de casal com duas crianças e a babá negra, fardada, virou um dos símbolos das manifestações pelo impeachment de Dilma Rousseff neste domingo. A família divulgou nas redes sociais um texto para rebater as críticas
Neste domingo (13) marcado pela manifestação que levou milhares de pessoas à praia de Copacabana para protestar contra o governo Dilma, a imagem de um casal vestido de verde e amarelo e acompanhado por uma babá cuidando de seus filhos gerou polêmica.
Na imagem, os pais surgem um pouco à frente, enquanto a babá, mais atrás e de branco, leva as crianças no carrinho.
Muitos internautas enxergaram na imagem um retrato da desigualdade social do país. Já outros apontaram para uma simbologia das condições de subemprego a que algumas empregadas domésticas estão submetidas.
Quem protagoniza a imagem é o vice-presidente de finanças do Flamengo, Claudio Pracownik.
A repercussão foi tão grande que Pracownik reagiu e se manifestou pelas redes sociais. Ele aproveitou para atacar alguns políticos acusados de corrupção, disse que todo seu dinheiro ´´e fruto de trabalho e que não precisa sentir vergonha por nada do que fez.
“Ganho meu dinheiro honestamente, meus bens estão em meu nome, não recebi presentes de construtoras, pago impostos (não, propinas), emprego centenas de pessoas no meu trabalho e na minha casa mais 04 funcionários. Todos recebem em dia. Todos têm carteira assinada e para todos eu pago seus direitos sociais”.
Veja a resposta de Pracownik na íntegra:
“Sí Pasarán!”
“Ganho meu dinheiro honestamente, meus bens estão em meu nome, não recebi presentes de construtoras, pago impostos (não, propinas), emprego centenas de pessoas no meu trabalho e na minha casa mais 04 funcionários. Todos recebem em dia. Todos têm carteira assinada e para todos eu pago seus direitos sociais.
“Não faço mais do que a minha obrigação! Se todos fizessem o mesmo, nosso país poderia estar em uma situação diferente
“A babá da foto, só trabalha aos finais de semana e recebe a mais por isto. Na manifestação ela está usando sua roupa de trabalho e com dignidade ganhando seu dinheiro.
“A profissão dela é regulamentada. Trata-se de uma ótima funcionária de quem, a propósito, gostamos muito.
“Ela é, no entanto, livre para pedir demissão se achar que prefere outra ocupação ou empregador. Não a trato como vítima, nem como se fosse da minha família. Trato-a com o respeito e ofereço a dignidade que qualquer trabalhador faz jus.
“Sinto-me feliz em gerar empregos em um país que, graças a incapacidade de seus governantes, sua classe política e de toda uma cultura baseada na corrupção vive uma de suas piores crises econômicas do século.
“Triste, só me sinto quando percebo a limitação da minha privacidade em detrimento de um pensamento mesquinho, limitado, parcial cujo único objetivo é servir de factoide diversionista da fática e intolerável situação que vivemos.
“Para estas pessoas que julgam outras que sequer conhecem com base em um fotografia distante, entrego apenas a minha esperança que um novo país, traga uma nova visão para a nossa gente. Uma visão sem preconceitos, sem extremismos e unitária.
“O ódio? A revolta? Estas, deixo para eles.”