Marco Aurelio Mello, ministro do STF que está longe de ser simpático a Dilma e ao PT, diz o óbvio: impedimento sem fato jurídico transparece a golpe
Afastar uma presidente da República sem crime de responsabilidade transparece a golpe. A declaração de Marco Aurélio Mello, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). O ministro afirmou ainda que o afastamento de Dilma Rousseff da presidência não resolve a crise político-econômica do Brasil.
“É uma esperança vã, impossível de frutificar. Nós não teremos a solução e o afastamento das mazelas do Brasil apeando (derrubando) a presidente da República”, disse o ministro nesta quarta-feira.
Para ele, é necessário aguardar o funcionamento das instituições e ter calma. “Após o impedimento o Brasil estará melhor? O que nós teremos após o impedimento? A situação é diversa de 1992 porque temos dois segmentos que se mostram a essa altura antagônicos e não queremos conflitos sociais. Queremos a paz social”, afirmou.
O ministro defende que haja “entendimento” entre o Congresso e o Executivo, “para combater-se a crise que afeta o trabalhador, a mesa do trabalhador, que é a crise econômico-financeira”. Ele questionou a ausência de discussões de medidas para resolver a crise: “Por que insistem em inviabilizar a governança pátria? Nós não sabemos”, afirmou.
Ele avalia que o impeachment poderia gerar “muita insegurança” e não interessa ao país. “Não interessa, de início, ao Brasil apear esse ou aquele chefe do executivo nacional ou estadual. Porque, a meu ver, isso gera até mesmo muita insegurança.”
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Para Marco Aurélio Mello, o STF pode discutir se há crime de responsabilidade ou não por parte da petista. “O Judiciário é a última trincheira da cidadania. E pode ter um questionamento para demonstrar que não há fato jurídico, muito embora haja fato político, suficiente ao impedimento”, disse o ministro.
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