No programa Altas Horas, da Rede Globo, Caetano Veloso compara manifestações pela saída de Dilma Rousseff a atos de apoio ao golpe de 1964, que culminou num regime militar de 21 anos
Caetano Veloso e Gilberto Gil, dois grandes nomes da música brasileira, participaram do Altas Horas na noite deste sábado.
Respondendo a uma pergunta da plateia, Caetano fez uma comparação da época da ditadura com os movimentos sociais hoje:
“Está tão difícil agora, tão complicado. Na ditadura, a gente participou de uma possível volta da democracia. Era muito confuso também porque boa parte da esquerda não gostava do que a gente fazia de música . Mas a gente participava das manifestações de esquerda. Agora não temos um problema de ditadura. Fico olhando com atenção porque os acontecimentos estão se atropelando. A manifestação de domingo (dia 13/3) era aberta, mas eu não reconheci a Passeata dos Cem Mil (de 1968).”
Em outro momento, Caetano também disse que a mobilização do último dia 13 não foi diferente da passeata que apoiou o golpe de 1964, conhecida como Marcha Pela Família com Deus pela Liberdade.
“A passeata de domingo não era suficientemente diferente da passeata da Família com Deus pela Liberdade que produziu o golpe de 1964, que ajudou a dar o golpe. O buraco é sempre mais embaixo. Os acontecimentos estão se atropelando. Precisamos ter calma para olhar os acontecimentos. Não temos uma ditadura. O Brasil é um país desumanamente desigual e toda movimentação no sentido dessa tentativa de diminuir a desigualdade enfrenta a oposição da elite“, disse no programa.
Gil estava mais calado e parecia um pouco debilitado, já que passou alguns dias internado em um hospital de São Paulo para tratar um quadro de hipertensão arterial.
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