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Professora pede demissão de escola em Curitiba após ser pressionada por pais

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Após opinar sobre política nas redes sociais, professora de História sofre inúmeras ameaças de pais e de alunos e é obrigada a pedir demissão de colégio em Curitiba (PR)

Alunos se manifestam a favor da professora Luciana (Imagem: Pragmatismo Político)

Revista Fórum

Uma professora de História que preferiu não se identificar e nem dar entrevistas pediu demissão, na semana passada, do Colégio Medianeira, em Curitiba (PR), onde lecionava há dez anos. A decisão foi tomada depois das inúmeras ameaças que recebeu, via redes sociais, de pais e alunos. Ela também deletou suas contas no Facebook e no Twitter.

As intimidações começaram por conta de uma publicação da professora após um protesto dos estudantes “contra a corrupção”. Eles foram à aula vestindo preto, conforme orientaram as lideranças de movimentos pró-impeachment que têm saído às ruas nos últimos dias.

Hoje vi crianças numa escola, vestindo preto e pedindo golpe. Desprezando a democracia e exalando ódio. Parece que não conseguimos escapar do que Marx profetizou quando disse que a História se repete, primeiro como tragédia, depois como farsa…”, havia publicado.

A reação de alguns pais, responsáveis e alunos foi praticamente imediata, também via redes sociais.

À diretoria do colégio deve tomar uma providência. Sou totalmente contra a ideologia de esquerda… Não aceito em hipótese alguma que professores fiquem doutrinando minha filha… Se minha filha aparecer em casa com alguma ideia esquerdista, vai dar confusão…”, escreveu um responsável, em meio há inúmeros outros comentários intimidatórios.

SE EU PEGAR ALGUM TEXTO COMUNISTA no caderno do meu filho eu vou RASGAR e devolver rasgado. E vou convidar o professor a me convencer”, publicou outro.

O colégio, por sua vez, saiu em defesa da professora e afirmou que não aceitou seu pedido de demissão. “O colégio é solidário à professora e repudia a incitação ao ódio”, disse, em nota, a assessoria de imprensa da instituição.

Parte dos alunos também se posicionou contra as mensagens de ódio e o afastamento da professora. Nesta terça-feira (22), estudantes foram à aula vestindo branco e com cartazes de “Não ao ódio” e “Fica, Lu”, em referência a professora.

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