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Rede Globo faz malabarismos para evitar a palavra “golpe”

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Globo monta campanha em torno do tema “impeachment não é golpe”. Emissora faz perguntas claramente direcionadas a juristas sobre o tema. As perguntas a serem feitas são: “Este impeachment, da maneira como está sendo montado, é golpe? Como impichar uma presidente sem apontar uma culpa sequer, sem comprovar nenhum crime de responsabilidade?”

William Bonner, editor-chefe e apresentador do Jornal Nacional (reprodução)

Luis Nassif, GGN

A Rede Globo montou uma campanha implacável em torno do tema “impeachment não é golpe”, recorrendo a um recurso primário. Chega até o jurista e pergunta se impeachment é golpe. É o jurista obviamente responde que não, já que previsto na Constituição.

A pergunta a ser feita é “este impeachment, da maneira como está sendo montado, é golpe?”.

É golpe.

Como impichar uma presidente sem apontar uma culpa sequer, sem comprovar nenhum crime de responsabilidade?

Alguns idiotas da objetividade – parafraseando Nelson Rodrigues – desenvolveram um sofisma primário: mesmo que não tenha cometido crime de responsabilidade, o fato de não ter apoio de dois terços do Congresso é razão suficiente.

Ou seja, é golpe.

A Constituição não prevê o voto de desconfiança ao presidente. Trata-se de um instrumento do parlamentarismo, que permite ao Congresso derrubar o gabinete e ao presidente negociar um novo gabinete. Ou, em caso de impasse geral, decretar a dissolução do Congresso e novas eleições gerais.

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Que fique claro, então, que qualquer expediente não contemplado na Constituição é golpe. E, na eventualidade do impeachment passar na Câmara, se o Supremo Tribunal Federal recusar a análise de mérito sobre o que for considerado crime, a ele também se aplicará a pecha de golpista.

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