Ameaçado de ter o mandato cassado, Jair Bolsonaro afirma que não elogiou um torturador; Bilhante Ustra seria um democrata
Rogério Galindo, Caixa Zero
Jair Bolsonaro (PSC-RJ) teve a cassação de seu mandato pedida pela OAB por ter homenageado um dos maiores torturadores da ditadura militar brasileira, o coronel Brilhante Ustra, em seu voto durante a sessão que analisou o impeachment de Dilma na Câmara.
Num requinte de crueldade, Bolsonaro, um defensor da ditadura, afirmou que Ustra era “o pavor de Dilma”. Dilma foi presa e torturada na ditadura. Ustra era o comandante da unidade em que ela ficou detida e pode tê-la torturado pessoalmente.
Em vídeo divulgado na internet nesta terça, Bolsonaro diz que Ustra não era torturador – negando o testemunho de dezenas de pessoas e a própria decisão do TJ de São Paulo, que o condenou judicialmente.
“Jamais defenderia um torturador, quem quer que seja. A memória que trouxe, por ocasião da votação no último domingo é de um homem que esteve ao lado da democracia e ao lado da nossa liberdade, lutando contra aqueles que queriam impor o comunismo em nosso país. No mais não existe qualquer sentença condenatória transitada em julgado contra este coronel”, disse Bolsonaro.
Ustra comandou torturas em que ratos eram colocados em vaginas de presas e levou filhos de mulheres nuas para vê-las durante a tortura. Se não existe condenação transitada em julgado no criminal é porque a Lei da Anistia impede que isso ocorra.
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