Maluf e bancada evangélica declaram apoio ao impeachment de Dilma
Maluf justifica por que votará pelo impeachment de Dilma: “Minha vida pública sempre foi o oposto disso, sou contrário a negociatas”, diz o deputado, condenado na França por lavagem de dinheiro e réu em três ações no STF. A bancada evangélica também declarou apoio ao impedimento da presidente
O deputado Paulo Maluf (PP-SP) anunciou, na noite dessa quarta-feira (6), que votará pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff por ser “contrário a negociatas”.
“Quero anunciar a todos os meus eleitores que votarei a favor do impeachment, pois sou contra essas negociatas que o governo está fazendo com deputados. Minha vida pública sempre foi o oposto disso”, escreveu o ex-prefeito de São Paulo em seu Twitter.
Réu em três ações penais no Supremo Tribunal Federal (STF), Maluf foi condenado pela Justiça da França, no fim do ano passado, a três anos de prisão pelo crime de lavagem de dinheiro em território francês entre os anos de 1996 e 2005. Segundo a sentença, a lavagem foi fruto de corrupção e desvio de dinheiro público no Brasil.
Paulo Maluf é réu em três ações penais (477, 863 e 968) por crimes contra o sistema financeiro nacional e eleitorais. Na lista vermelha dos procurados pela Interpol, o ex-prefeito de São Paulo corre o risco de ser preso se deixar o país. Mesmo assim, foi indicado pelo partido para integrar a comissão especial do impeachment.
Dos nove nomes indicados pela bancada na comissão, entre titulares e suplentes, quatro são investigados no Supremo Tribunal Federal (STF) na Operação Lava Jato. Aguinaldo Ribeiro (PB), Roberto Brito (BA) e Jerônimo Goergen (RS) foram indicados como titulares. Luiz Carlos Heinze (RS), que também responde a inquérito da Lava Jato, foi relacionado para a suplência da comissão.
Bancada evangélica
A Frente Parlamentar Evangélica do Congresso Nacional também resolveu declarar apoio ao impeachment da presidente Dilma Rousseff.
O anúncio foi feito pelo presidente da frente, deputado João Campos (PRB-GO), que estima que a quase totalidade dos 92 integrantes da bancada votará pelo afastamento da presidente.
Segundo ele, a decisão foi tomada em reunião nessa quarta-feira (6) com a participação, presencial ou virtual, de 70 parlamentares.
Em nota, a frente parlamentar afirma que o impeachment é necessário diante da “grave crise econômica, moral, ética e política que atravessa o país” e dos “recentes escândalos de corrupção praticados pelo governo e crimes de responsabilidade praticados por Dilma que constituem uma afronta ao povo e ao estado democrático de direito”.
Levantamento recente revelou que os membros da bancada evangélica são, proporcionalmente, os mais ausentes e processados no Congresso Nacional.
informações de Congresso em Foco