Nova pesquisa ibope é escondida pela grande mídia
Novos números do ibope avaliam as intenções de voto para a corrida presidencial e o que o eleitor pensa sobre Michel Temer no comando da nação. A pesquisa não recebeu destaque em nenhum grande veículo de comunicação. Levantamento foi realizado antes do show de horrores da votação do impeachment na Câmara
por Fernando Brito, Tijolaço
Na coluna de José Roberto de Toledo, do Estadão, os números da pesquisa Ibope que vem sendo cuidadosamente escondida da população.
E que são a prova da inviabilidade política de Michel Temer.
“A pressão popular por uma chegada antecipada é grande: 62% querem eleger um novo presidente já. Pouca gente aprecia as alternativas. Só 25% defendem a permanência de Dilma e meros 8% preferem um governo do vice Michel Temer. O problema para a imensa maioria dos eleitores é que esses 8% concentram-se em Brasília – em especial no Congresso, no Palácio do Jaburu, no Supremo e – a ver – no Tribunal Superior Eleitoral.”
Entre quem diz ter votado em Dilma em 2014, as opiniões estão divididas: 45% são pró-continuidade, e 44%, pró-eleição. Entre os que votaram em Aécio Neves (PSDB), três em cada quatro gostariam que Dilma e Temer saíssem, e um novo eleito entrasse: 77%, contra 13% pró-Temer.”
Colocado em ordem direta: embora a maioria não queira nenhum dos dois, há três brasileiros que preferem ter Dilma presidente do que Temer lá.
Não consta da análise de Toledo, mas ontem o jornal O Globo informa que a pesquisa foi parcialmente feita antes do show de horrores do impeachment na Câmara.
O restante da pesquisa, embora na minha opinião irrelevante no momento, mostra, do lado tucano, Aécio com 11% de intenção de voto; Alckmin com 6% e Serra com 7%. Considerados os que “só votariam neles”, as taxas são de 5%, 1% e 2%, respectivamente.
Não há pesquisa sobre Temer. Generosamente, fica-se com o mais recente Datafolha (relembre aqui), que lhe dá 2% de intenção de voto.
No Ibope-fantasma, Marina tem 12% e 6%, segundo os mesmos critérios (votariam nela e só votariam nela, respectivamente). Já Bolsonaro, 5% e 4%, o que denota solidez que dificilmente perderia. Ciro Gomes fica com 4% e 1%.
E Lula?
19% votariam nele com certeza e 14% só mesmo nele.
A pesquisa mostra todos com altos índices de rejeição: entre os 46% de Marina e os 65% de Lula, todos estão no mesmo patamar que diziam, antes, ser o dos candidatos inviáveis, o de 40%.
Só quem fica de fora dele, com 34%, é Bolsonaro.
O que serve, apenas, para mostrar que não dá para considerar mecanicamente os índices de rejeição, porque hoje ela é a tudo e a todos.
Mas fica claro que quem tem garrafas para vender – como candidato e como articulador – é justamente o cidadão que se dedicam a destruir há quase dois anos.
Lula é o fantasma que os assusta e os faz fugir de eleições.