Negociações: Michel Temer chama secretário de Segurança de Alckmin para AGU em eventual governo. Em outra frente, esta comandada por José Serra, o PSDB exigirá de Temer o Ministério da Fazenda
O vice-presidente Michel Temer convidou o secretário da Segurança Pública de São Paulo, Alexandre de Moraes, para assumir o comando da AGU (Advocacia-Geral da União) em seu provável governo.
O atual secretário do governador Geraldo Alckmin (PSDB) ficaria responsável por fazer a ponte do governo com o STF (Supremo Tribunal Federal) e os demais tribunais de justiça.
Se aceitar o convite, Moraes terá como primeira missão acompanhar, em nome de Temer, o processo de impeachment de Dilma Rousseff. Sua tarefa será estabelecer uma boa relação com o presidente do STF, Ricardo Lewandowski, que comandará o processo.
Temer se tornará presidente interino em maio caso o Senado confirme, por maioria simples, o aval dado no domingo pela Câmara dos Deputados ao impeachment.
Haverá então um intervalo de até 180 dias para o julgamento de Dilma pelos senadores, sob a presidência de Lewandowski, que poderá resultar na cassação definitiva da presidente.
PSDB quer a Fazenda
A executiva do PSDB deve se reunir na próxima semana para discutir se apoia ou não um eventual governo de Michel Temer (PMDB-SP).
Segundo a colunista Monica Bergamo, da Folha, Senadores do partido afirmaram que a legenda poderia aderir a Temer caso ele nomeasse José Serra para o Ministério da Fazenda. “Não participaremos em papel periférico”, diz um parlamentar.
Já Serra, segundo o mesmo parlamentar, estaria dizendo internamente ter dúvida sobre aceitar outro ministério, como o da Saúde, por não ter a garantia de que a Fazenda liberaria recursos para ele fazer gestão de impacto.
Apesar de querer assumir ministérios e cargos, o PSDB avalia os riscos de embarcar num governo que pode terminar “em desastre”, nas palavras de outro parlamentar.
Ontem, senadores do partido almoçaram no gabinete de Tasso Jereissati (PSDB-CE) com o economista Marcos Lisboa, presidente do Insper e ex-secretário de política econômica de Antonio Palocci.
Ouviram que só um governo “respaldado pelo voto” teria força para aprovar as medidas drásticas que, na visão dele, consertariam a economia do país.
Menor oposição desde 1992
Um eventual governo Temer teria a menor oposição desde 1992, quando Itamar Franco assumiu a Presidência após o impeachment de Fernando Collor.
Apenas 17,5% dos deputados seriam contrários à gestão do peemedebista. A oposição seria formada basicamente por quatro partidos: PT, PDT, PC do B e PSOL.
Juntas, as legendas contrárias a Temer somariam 90 parlamentares, já que o PDT deve expulsar seis deputados que votaram a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff no domingo (17).
com informações de Folhapress
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