Visivelmente exaltado, babando ódio e comportando-se como um revoltado online pretensamente divertido, o humorista Carioca tentou “interrogar” Haddad e vociferou contra tudo: as ciclovias, o PT, a corrupção, o trânsito, o diabo. No auge de sua cavalgada, foi ridicularizado até pelos próprios companheiros de bancada
Em recente entrevista ao programa Pânico, na Rádio Jovem Pan, Fernando Haddad (PT) falou sobre as questões que cercam a cidade de São Paulo, especialmente o trânsito e a mobilidade.
Haddad entende que sempre que uma mudança no trânsito é feita, há uma “reação de curto prazo”, a “estridência da primeira e da segunda semana de implantação”. “É um período de acomodação, é assim que funciona”, disse. Ele destacou também que “a cultura (de adaptação no tráfego) demora”, citando que “não exista ciclista sem ciclovia”.
Sobre o aumento do número de radares, Haddad lembrou quando o uso de cinto de segurança se tornou obrigatório em 1997. “Se você não fiscalizar, nego não respeita”, disse.
O prefeito também defendeu obras que sua gestão tem realizado na periferia, além de tratar acerca da polêmica dos táxis com o aplicativo Uber e das eleições deste ano.
A participação do prefeito no programa da Jovem Pan, porém, foi marcada por discussões com Carioca, um humorista que integra a bancada da atração.
Visivelmente alterado e apresentando críticas confusas e desconexas, Carioca travou o andamento do programa e provocou constrangimento até mesmo entre os seus pares.
Assista trechos do embate entre Haddad e Carioca e, em seguida, veja a íntegra do programa:
Trechos:
Íntegra:
O jornalista Kiko Nogueira comentou a entrevista de Haddad no Pânico. Confira trechos:
O prefeito de São Paulo Fernando Haddad participou do programa Pânico, da Jovem Pan. Entre as hienas do estúdio, estava o humorista Carioca, visivelmente exaltado, babando ódio em sua obesidade, um revoltado online pretensamente divertido.
Carioca incorpora o espírito da Jovem Pan, emissora jabazeira que encontrou um nicho na direita. Como um interrogador de polícia vagabundo, Carioca vociferava contra as ciclovias — um dos argumentos era o clássico “perto da minha casa tem uma que acaba num bueiro” — a educação, o PT, o trânsito, o diabo.
Não que São Paulo esteja como Nova York ou Paris, mas na “opinião” de Carioca vivemos em Bagdá. No auge de sua cavalgada, quando Haddad mostrava números fornecidos por uma empresa alemã de GPS sobre o tráfego na cidade, o interlocutor enlouquecido respondeu: “Discordo”.
Foi ridicularizado por seus próprios companheiros, que perguntaram se ele discordava também que 2 mais 2 dava 4. Haddad saiu-se bem porque é articulado e muito bem preparado, mas deveu muito à indigência mental do adversário.
Esse é o país que assoma com a instabilidade dos últimos meses e o microfone aberto para coxinhas incivilizados. Carioca é sintoma disso. Um mini bolsonaro.
Que reconciliação será possível com essa gente que prestou tributo a agentes da repressão nas avenidas, que levou suas crianças à Paulista para aprender como mandar senhoras tomarem no cu, que berra que não gosta de pobre e que nos atirou, afinal, no colo de Cunha e Temer?
Sai de cena um Jô Soares falando o óbvio — sejamos educados e aprendamos a conviver com as diferenças, para simplificar — e entra o Carioca. Em algum momento, fizemos por merecer. Agora é preciso retomar.
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