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Dilma estaria sitiada no Alvorada, denunciam testemunhas

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Relatos dão conta de que há um cerco a Dilma Rousseff em pleno Alvorada. Novo chefe de segurança institucional, general Sergio Etchegoyen, primeiro a aderir a Temer, é ninguém menos que o filho de Leo Etchegoyen, citado no relatório da Comissão da Verdade. O militar linha dura não perdoa Dilma por isso

Relatos dão conta de que Dilma estaria sitiada em pleno Palácio da Alvorada

O senador Jorge Viana (PT-AC) revelou nesta quinta-feira (19) em discurso no Senado, que foram implantadas restrições, pela segurança do Palácio do Alvorada, às pessoas que querem visitar a presidente afastada Dilma Rousseff, que continua morando no local.

Viana reclamou publicamente de uma barreira colocada perto do Palácio do Jaburu, onde mora o presidente interino Michel Temer, que é próximo do Palácio da Alvorada. “Quem precisa ir ver a presidente é parado e precisa de autorização do Jaburu para passar”, disse o senador. Para ele, Dilma está “sitiada por conta das restrições a visitas impostas pela segurança determinada pelo Palácio do Planalto”.

“Faço um apelo ao presidente do Supremo, ministro Lewandowski: questione as autoridades instaladas provisoriamente no Palácio do Planalto se isso é legal. Faço um apelo às autoridades: que garantam o ir e vir conforme estabelece a Constituição”, afirmou o senador em seu discurso.

“Dilma está sitiada. Acabei de fazer uma visita a ela, ao lado de outros parlamentares, e tivemos que nos identificar, esperar um bom tempo para que telefonemas fossem dados, para que ligações fossem feitas para ver se nós podíamos passar para fazer uma simples visita à Presidente Dilma. Isso significa que a Presidente eleita está sitiada? Que país é este? Que governo provisório é esse? Essa é a plena democracia? Isso é o funcionamento pleno das instituições?”, disse o senador.

Ao portal DCM, um jornalista que acompanha o episódio de perto revelou o que está acontecendo. Confira o relato:

O negócio é o seguinte. Dilma não tem mais a menor segurança sobre a sua segurança. O gabinete de segurança institucional (GSI) da Presidência é ocupada agora por um militar linha dura, o general Sergio Etchegoyen. Foi o primeiro a aderir a Temer. E ele é ninguém menos que o filho do general Leo Etchegoyen, citado no relatório da Comissão Nacional da Verdade.

O filho não perdoa Dilma por isso. Por conta da memória “afetuosa” do pai. Ele criticou muito o governo dela por isso. A informação é pública e você acha no Google.

Assim, o fato é que o GSI controla todos os aspectos da segurança presidencial, começando pela barreira instalada no Jaburu.

Qualquer pessoa que entrar para seguir ao Alvorada tem de se identificar. Foi o que ocorreu com Jorge Viana, hoje. Ele é o vice-presidente do Senado. E estava acompanhado do próprio Renan.

Então, some todos os fatos ocorridos nos últimos dias. Das demissões de todas as secretárias do 3° andar do Planalto, passando pela humilhação ao Catalão, garçom mandado embora por ser “petista demais”, estão pegando pesado. isso se chama retaliação.

O GSI sabe quem entra e sai do Alvorada. Portanto, todas as visitas a Dilma são informadas ao general Etchegoyen. Não dá para afirmar, mas é evidente que eles podem até mesmo grampear o Alvorada — lembre-se o grampo feito na conversa da própria Dilma com Lula, ocorrida semanas antes da primeira fase do impeachment passar pela Câmara. Aliás, este foi o gatilho para criar o clima que engrossou a crise política.

Então, desde a semana passada há um clima de tensão entre o GSI provisório e a presidenta eleita. Eles reduziram, por exemplo, a segurança dela. Para você ter ideia, a negociação para ela utilizar o jato Legacy não ocorreu em condições normais. Não foi num clima civilizado. Afinal, queiram ou não, Dilma foi afastada do cargo, mas ainda é a presidenta eleita. E o governo liderado pelo usurpador quer asfixiá-la. Os novos ocupantes do Planalto querem o aniquilamento político dela.

A questão do avião é muito sensível.

Tanto que, na Justiça Federal, os golpistas já entraram com ações para impedi-la, por exemplo, de usar aviões da FAB ou qualquer tipo de “mordomia”. Isso ocorreu no Rio Grande do Sul.

Então, o clima é, digamos, inamistoso.

E o GSI, obviamente, trata de dissimular isso. Mas hoje, no “Radar” da Veja — aqui: http://veja.abril.com.br/blog/radar-on-line/impeachment/dilma-tem-helicoptero-e-comitiva-para-viagem-negados/ — Vera Magalhães publicou que Dilma pediu helicóptero para se deslocar para a base aérea. E quis usar o “Number One”, o avião presidencial.

Mentira.

A FAB negou que isso tenha ocorrido. O Alvorada negou que isso tenha ocorrido. Mas o governo provisório bancou e insiste que tal fato ocorreu. A Presidência manteve a informação para o Radar. Veja no pé da nota de Vera. E, o Alvorada insiste, isso não ocorreu. Não é verdade.

Então, é evidente que há um cerco a Dilma. Em pleno Alvorada.

A Linha Dura do GSI sabe qualquer passo dela. E, evidente, informa tudo o que ocorre no Alvorada ao presidente provisório. Daí porque Jorge Viana ficou furioso. Da tribuna do Senado, fez estardalhaço. Quer que Temer se comporte com decência. Que se comporte como um democrata. E, por fim, Jorge fez “o apelo” para que o estado de sítio imposto ao Alvorada seja suspenso.

O governo provisório – é assim que deve ser nominado — não quer que o povo chegue lá perto dela. No domingo, pessoas daqui de Brasília querem ir para a porta do Alvorada e saudar Dilma. Isso deve ocorrer pela tarde, às 16 horas. O GSI vai ter de se explicar.

O que está acontecendo não é lorota. É sacanagem mesmo. Chegou-se a avaliar levar Dilma amanhã no encontro de blogueiros com transporte alternativo.

É assim que o governo provisório usa do poder presidencial para impedir Dilma de ir pra rua.