Eduardo Cunha se diz perseguido e culpa Dilma e o PT por afastamento
Com o mandato de deputado suspenso e fora da presidência da Câmara, Eduardo Cunha se diz perseguido, mas acredita que tudo se resolverá com a saída do PT do governo: "Se for da vontade de Deus, nós vamos ter o afastamento de Dilma nos próximos dias para que o Brasil possa se livrar do PT, que tanto mal fez ao nosso país"
Eduardo Cunha falou sobre a suspensão do seu mandato pelo STF nesta quinta-feira (5) e se disse perseguido pelo governo e pelo PT. O deputado garantiu que as coisas vão melhorar, ao menos para ele, quando Dilma Rousseff sair da Presidência da República.
“É claro que eu estou sofrendo e vou sofrer uma retaliação política por causa do processo do impeachment. É óbvio que tem um processo político por trás disso e que, em vários momentos, eu enfrento a contestação do PT. Mas isso vai acabar na quarta-feira que vem. Se for da vontade de Deus, nós vamos ter o afastamento da presidente da República para que o Brasil possa se livrar da era do PT, era que tanto mal fez ao nosso país”, afirmou o ex-presidente da Câmara.
Cunha é réu de um processo no STF por crimes de corrupção e lavagem de dinheiro por acusação de ter recebido US$ 5 milhões em propina do esquema investigado pela Operação Lava Jato, além de R$ 52 milhões em outra acusação.
Cunha só decidiu se pronunciar depois do fim da sessão do STF (Supremo Tribunal Federal), na qual os ministros decidiram, por unanimidade, por acompanhar o voto do relator Teori Zavascki pelo afastamento do deputado da presidência da Câmara e sua suspensão do cargo.
O deputado passou o dia na residência oficial, acompanhado de seus advogados. Ele recebeu visitas de aliados políticos, que entraram e saíram da casa a todo instante, mas evitaram falar com a imprensa.
O deputado Paulinho da Força (SD-SP) esteve no local pela manhã e novamente à tarde. No fim da tarde, houve queima de fogos perto da residência, mas não se sabe quem foi o autor.
Demora
O presidente do STF, Ricardo Lewandowski, justificou a demora da Corte em colocar o julgamento em pauta. “O tempo do Judiciário não é o tempo da política e nem é o tempo da mídia. Temos ritos, procedimentos e prazos que devemos observar”, declarou. “Não há qualquer ingerência no Poder Legislativo. Estamos atuando dentro dos lindes de nossa competência e nossa ação jurisdicional”, disse.